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Comic-Con: Para atores clássicos de "Star Trek", série é sobre diversidade

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em San Diego (EUA)

23/07/2016 18h50

Da fronteira final, de onde nenhum homem jamais esteve, o painel comemorativo de 50 anos de "Star Trek" na Comic-Con reuniu vários atores que interpretaram capitães da Enterprise na série --William Shatner, o Capitão Kirk, Scott Bakula, Michael Dorn, Jeri Ryan e Brent Spiner--, para relembrar o programa que ainda arrasta multidões de fãs há cinco décadas.

O painel discutiu a diversidade nos Estados Unidos. Brent Spiner, o Data de "Star Trek - A Nova Geração", destacou que este é um assunto importante. "'Star Trek' fala de direitos individuais e respeitar quem for e o que for, e vivemos num país em que os políticos e alguns cidadãos do nosso país deveriam se respeitar mais, como em 'Star Trek'", disse.

O moderador Bryan Fuller, que é produtor da nova série, que estará na Netflix em 2017, destacou a importância da diversidade na produção. "Por que temos tanta gente diferente na Enterprise e qual seria a importância da diversidade em um time?", questionou o moderador. "A mensagem mais bonita da série é como podemos ser um só".

Nesse aspecto, o novo filme, "Star Trek: Sem Fronteiras", trará a revelação de que o capitão Sulu (interpretado por George takei na série clássica e por John Cho nos novos filmes) é gay, embora uma cena de beijo dele com seu marido tenha sido cortada. A decisão não agradou muito Takei, ele próprio gay, que acredita que um novo personagem deveria ter sido criado, em vez de tirar um antigo do armário.

A ciência presente em "Star Trek" também foi assunto no painel. Scott Bakula, que interpretou o mais recente capitão da Enterprise na TV, disse que "ninguém sabia o que eu estava fazendo errado, porque ninguém nunca tinha feito. A ciência cria isso, de alguma forma mostra que devemos cuidar do nosso mundo, que não temos uma fronteira. Somos um povo só. Os cientistas e os sonhadores".

"Ficção científica em algum aspecto é otimismo e tecnologia. A questão que eu coloco: já é muito tarde para salvar uma grande parte da humanidade?", disse Shatner.

Sobre os novos filmes, Bryan Fuller disse que eles dão continuidade ao legado da série e dessas questões. Sobre a nova série, ele revelou que terá um formato um pouco diferente das anteriores, com tramas mais longas ao decorrer da temporada e outras questões resolvidas a cada episódio, mais como capítulos de um romance.

Antes de encerrar o painel, Fuller pediu que o público ficasse de mãos dadas para honrar o futuro sonhado por Gene Roddenberry, criador de "Star Trek". Em seguida, pediu um momento de silêncio por Leonard Nimoy, o Spock da série clássica, morto em 2015, e Anton Yelchin, o Chekov dos filmes mais recentes, morto em junho.

Por fim, foi mostrado um pequeno teaser da nova série de TV "Star Trek Discovery", que mostra a nova nave levantando voo (veja no topo da página).