Topo

Livre para sair com quem quiser, Salete é heroína moderna, diz Claudia Raia

Claudia Raia é Salete em "A Lei do Amor" - Divulgação/TV Globo
Claudia Raia é Salete em "A Lei do Amor" Imagem: Divulgação/TV Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

20/10/2016 07h00

Prestes a completar 50 anos, no dia 23 de dezembro, Claudia Raia garante que o peso da nova idade ainda não bateu. Na ficção, também continua tudo em cima: é dela o papel da pegadora do horário nobre, a Salete de "A Lei do Amor".

"Acho que é uma heroína moderna, que traz na vida dela uma liberdade que a mulher está adquirindo hoje no mundo e no Brasil, principalmente, que é um país extremamente machista. E ela traz uma alegria de viver. Ela é solteira, pode sair com quem ela quiser e se diverte com aqueles meninos", analisa a atriz, referindo-se aos frentistas que trabalham no posto da personagem, na fictícia São Dimas.

Como na novela, Claudia diz ser rodeada por gente mais jovem, mas com uma diferença fundamental. "Por eu ter esse jeito muito moleca, eu trago muito esse público. Todos os meus trabalhos sempre foram ligados à comédia, ao musical, a coisas alegres. Meus fã-clubes são de adolescentes. Sempre fui cantada por homens mais novos, mas nunca gostei. Nunca namorei ninguém da minha idade, sempre homens 9, 10 anos mais velhos que eu. Jarbas [Homem de Mello, namorado de Claudia] é o mais jovem, que tem 47", conta.

Salete (Claudia Raia) e Robinson (Gabriel Chadan) em "A Lei do Amor" - Reprodução/GShow - Reprodução/GShow
Salete (Claudia Raia) e o frentista Robinson (Gabriel Chadan)
Imagem: Reprodução/GShow
 
Salete tem seus limites e se recusa a namorar um homem casado. Mas, segundo a atriz, tem o direito de dar a volta por cima. "Ela comeu o pão que o diabo amassou com o pai da Jéssica (Marcella Rica)", lembra a intérprete, que comemora o fato de transitar entre diferentes gêneros na construção da personagem. "Ela não é uma personagem de comédia. Ela conversa com a comédia, mas anda pelo drama, pelo trágico. A vida dela é dura. Ela aprendeu a ressurgir das cinzas", diz.

Ainda assim, Salete, que em breve vai se envolver na política e se tornar candidata a vice-prefeita na chapa de Hércules (Danilo Granghéia), ainda corta um dobrado na relação com a filha, que tem vergonha dela.

"Acho muito bacana essa discussão. Já conheci mães que não têm identificação com seus filhos biológicos. Eu tenho seis filhos adotivos, que são os que a minha profissão me deu e eu adoto. São a Mariana Ximenes, a Paolla Oliveira, a Fernanda Souza e o Cauã Reymond. Agora entraram a Maria Flor e a Marcella, que eu amo, embora a personagem dela me deteste. A harmonia entre a gente fora de cena é enorme", afirma a atriz, que é mãe de Enzo, 19, e Sophia, 13.

Segundo Claudia, a relação de Salete com seus funcionários também passa pelo lado maternal. Inclusive com Wesley (Gil Coelho), que é pai solteiro e vai se apaixonar por um outro homem na trama. "Ela ajuda. Quando a mãe desse menino vai embora, quem segura a onda é a Salete. Ela faz uma creche na casa dela. Dá dinheiro para comprar leite, ajuda a sustentar, dá a maior força. É uma boa alma", diz.