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Ludmilla prestará queixa contra apresentador que a chamou de "macaca" na TV

Do UOL, em São Paulo

17/01/2017 21h14

Ludmilla prestará queixa contra o apresentador Marcão do Povo (também conhecido como Marcão Chumbo Grosso), da Record Brasília, que a chamou de "macaca" no "Balanço Geral DF" no último dia 9 e nesta terça-feira (17). O vídeo repercutiu nas redes sociais e, após as críticas e acusações de racismo, ele trancou seu perfil no Instagram. Na mesma rede social, Ludmilla disse que a declaração do apresentador foi um "desrespeito absurdo, vergonhoso".

"Infelizmente, ainda existem pessoas que não compreendem que a discriminação racial é crime e alguns, ainda usam o espaço na mídia para noticiar mentiras ao meu respeito, ofender, menosprezar e propagar todo o seu ódio. Não deixaremos impune tais atos, trata-se de um desrespeito absurdo, vergonhoso. Fica evidente que esse cidadão Marcão não possui nenhum pudor ou constrangimento em ofender alguém em rede nacional. Como já foi dito por Paulo Autran, 'todo preconceito é feito da ignorância', visto que os racistas não possuem um conhecimento de moralidade, tratando sua própria cor de pele como superior e única. Isso tem que ser combatido e farei a minha parte, quantas vezes for necessário", escreveu Ludmilla.

No quadro "Hora da Venenosa" do último dia 9, Marcão comentou uma notícia sobre Ludmilla ter evitado fotos com fãs. "É uma coisa que não dá para entender. Era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo. Sempre falo, eu era pobre e macaco também", disse, tentando suavizar a ofensa. Ele repetiu o comentário no programa desta terça.

Procurada pelo UOL, a assessoria da cantora informa que ela soube do ocorrido no fim da tarde desta terça e "tomará todas as medidas legais cabíveis" por meio de seus advogados.

Em maio, a cantora foi alvo de racismo nas redes sociais e prestou queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Internet (DRCI). A polícia identificou o autor das ofensas e o indiciou pelo crime de injúria preconceituosa com a causa aumentada, em razão de ter sido cometido na internet.

Em nota, o apresentador negou ter sido racista e afirmou que "macaco" é um termo comum na região onde vive. "O termo 'macaco' é utilizado no Centro-Oeste sem teor pejorativo. Por exemplo: é bastante comum ver pessoas dizendo que 'fulano é macaco velho', pois já tem certa vivência em determinada coisa. É a mesma situação presente no vídeo, com a simples mudança do adjetivo que acompanha o termo. A acusação de racismo não procede".

Apresentador do "Balanço Geral DF" desde setembro de 2016, Marcão tem sido alvo de denúncias e investigações nos últimos anos, segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL. Ex-deputado estadual por Tocantins ele foi condenado pela Justiça Eleitoral em 2010 e teve os direitos políticos cassados por três anos por abuso de poder econômico (mandou imprimir 55 mil jornais em Gurupi, cidade que até então tinha 52 mil habitantes).

Marcão também já foi investigado pelo Ministério Público Estadual depois de ser citado em uma investigação comandada pela 1ª Delegacia de Gurupi (TO), suspeito de ligações com a máfia dos caça-níqueis na região.