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ONU defende Juliana Paes e diz que frase polêmica foi tirada de contexto

A atriz Juliana Paes - Roberto Filho/Brazil News
A atriz Juliana Paes Imagem: Roberto Filho/Brazil News

Do UOL, no Rio

10/04/2017 17h03

Após se pronunciar sobre o feminismo e ser alvo de críticas, Juliana Paes foi defendida pela ONU Mulheres. Em nota publicada nesta segunda-feira (10), a entidade ressaltou a contribuição da atriz em campanhas públicas e seu posicionamento pelo empoderamento das mulheres.

"A ONU Mulheres entende que o conhecimento sobre feminismos é uma construção constante. Juliana Paes posicionou-se publicamente, explicando a descontextualização de sua declaração, reconhecendo a pluralidade dos feminismos e se dispondo a aprofundar seu conhecimento sobre o tema e se somar ao debate com diálogo", afirma a nota.

As polêmicas declarações de Juliana foram publicadas pela revista "Veja" no início de abril. Na ocasião, a intérprete de Bibi Perigosa em "A Força do Querer" declarou que não concorda com uma linha do feminismo e que acha errado o "desejo de igualdade com os homens a todo custo".

"Somos tão competentes e valiosas quanto eles, mas não iguais. A mulher precisa de mais tempo para se recuperar de uma gravidez, e há outras questões que permeiam nosso universo. A sensibilidade, o lúdico, o caminho da ponderação, o afeto nas relações de trabalho — tudo que faz parte do universo feminino e matriarcal deve ser respeitado", declarou ela à publicação.

A intérprete afirmou na mesma entrevista que não queria "queimar sutiãs". "Gosto de sutiãs! Não quero quebrar saltos de sapato em busca de liberdade. Gosto de me enfeitar, e nós, mulheres, não fazemos isso para o macho. Fazemos porque dá prazer cuidar de si e cuidar do outro. Sou uma feminista de saia, sutiã, salto alto e batom vermelho", disse.

Em entrevista ao UOL, a atriz comentou o episódio e disse que se considera uma feminista liberal. "Friso que a igualdade de oportunidades, de chances, de ter acesso as mesmas coisas, de sermos ouvidas de maneira igual, isso se chama equidade é muito mais importante que o comportamento", explicou.

Leia a nota na íntegra:

A ONU Mulheres Brasil lamenta a declaração sobre feminismos atribuída à Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, veiculada em entrevista na última semana.

A ONU Mulheres entende que o conhecimento sobre feminismos é uma construção constante. Juliana Paes posicionou-se publicamente, explicando a descontextualização de sua declaração, reconhecendo a pluralidade dos feminismos e se dispondo a aprofundar seu conhecimento sobre o tema e se somar ao debate com diálogo.

Desde novembro de 2015, Juliana Paes presta apoio voluntário e regular à ONU Mulheres em campanhas públicas para o fim da violência contra as mulheres, em defesa da Lei Maria da Penha e do direito das mulheres e meninas participarem em condição de liberdade e sem violência de todos os espaços, além da defesa pública da garantia da inclusão da temática da igualdade de gênero na educação.

Em entrevistas, campanhas e diálogos anteriores à sua nomeação como defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, Juliana Paes afirmou valores importantes para o empoderamento das mulheres. Dentre eles, o engajamento em causas sociais, especialmente a conscientização de mulheres sobre o câncer de mama, incentivo ao aleitamento materno e mobilização em defesa do meio ambiente.

A ONU Mulheres está certa de que os movimentos feministas e de mulheres são fundamentais para o debate político qualificado e construtivo acerca das realidades das mulheres, condições de vida e transformação das desigualdades de gênero, raça e etnia a partir da inclusão ativa das mulheres nas negociações políticas. Reitera, ainda, que avanços políticos, econômicos, culturais e de direitos humanos somente foram possíveis no Brasil e no mundo por conta da atuação incansável e propositiva dos movimentos feministas e de mulheres na sua pluralidade.

Diante da polêmica causada, a ONU Mulheres faz um alerta sobre a responsabilidade da imprensa de se atentar a abordar pautas contundentes e plurais sobre os direitos das mulheres, como proposto pelo Pacto de Mídia "Dê um passo rumo à igualdade de gênero".