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Sophie Charlotte fala sobre nudez e sexo em "Os Dias Eram Assim"

Sophie Charlotte é Alice em "Os Dias Eram Assim" - Mauricio Fidalgo/TV Globo
Sophie Charlotte é Alice em "Os Dias Eram Assim" Imagem: Mauricio Fidalgo/TV Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

17/04/2017 04h00

Se tem algo que Alice, protagonista de "Os Dias Eram Assim", contesta é o pensamento conservador. Sua intérprete, Sophie Charlotte, segue o mesmo caminho. Para a atriz, se for preciso mostrar um pouco mais de pele para contar essa história, que seja. Estar nua em cena não é uma preocupação para ela, que terá sequências de nudez na série que começa nesta segunda-feira (17), após "A Força do Querer". Já na estreia, ela aparece só de calcinha e com os seios à mostra.

"O sexo faz parte da vida e a paixão, principalmente na juventude, está muito ligada a isso. Essas cenas estão contando histórias e, se está dentro do contexto da cena, faz sentido para mim", diz Sophie. Ela classifica ainda a personagem como "uma menina que aponta para o futuro".

"Ela idolatra Leila Diniz, quer se libertar de certos padrões, mas não consegue totalmente, inclusive por causa da velocidade dos acontecimentos. Muita coisa atravessa o caminho de libertação da Alice. Mas ela tem mais de uma década para fazer esse caminho. Essa história é a jornada de uma mulher que tenta se libertar e se empoderar", analisa.

Sophie Charlotte aparece só de calcinha em cena do primeiro capítulo de "Os Dias Eram Assim" - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Sophie aparece só de calcinha em cena do primeiro capítulo
Imagem: Reprodução/TV Globo

Na trama das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi, Sophie vive uma estudante de Letras de 18 anos, que está prestes a terminar o relacionamento com o advogado Vitor (Daniel de Oliveira), braço direito do pai dela, Arnaldo (Antonio Calloni), na construtora Amianto.

No entanto, é pelo jovem residente de Medicina Renato (Renato Góes) que o coração dela bate mais forte. Os dois se conhecem e se apaixonam no dia que o Brasil conquista o tricampeonato da Copa do Mundo, em 1970, mas há muitos empecilhos para os dois ficarem juntos.

"Alice tenta terminar, mas Vitor não quer entender. Ela se apaixona, é arrebatador e inevitável", adianta Sophie.

A distância também vai impedir o romance. Ao descobrir que Gustavo (Gabriel Leone), irmão de Renato, é responsável por um ataque à construtora, Arnaldo, com ajuda do delegado Olavo Amaral (Marco Ricca), passa a perseguir o jovem e, por extensão, o médico. Os dois são acusados de subversão e o caçula acaba preso, mas Renato consegue fugir para o Chile.

Um grande desencontro separa de vez os dois: o jovem acha que ela desistiu de encontrá-lo e se envolve com Rimena (Maria Casadevall); a jovem, grávida, acredita que o amado está morto. Os dois só vão se rever quase uma década depois.

Para viver uma adolescente dos anos 70, Sophie resgatou o cabelão de quando ela tinha 18 anos e pesquisou bastante: o elenco contou com palestras de Clarice Herzog (viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar), Nelson Motta e Fernando Gabeira, entre outros.

"Os relatos pessoais, as vivências de cada um me interessaram muito. Cada um tem uma vivência diferente desse período", conta.

Descobrir um pouco da moda e da cultura e da época também foi uma diversão para a atriz.

"É uma explosão cultural, uma efervescência. A juventude se colocando, experimentando. A moda tinha uma mistura de cores muito diferente, muito leve, sem obviedade, sem querer agradar ninguém. Era uma busca da alegria, da originalidade, de um novo conceito. Ali tinha um pensamento. Não era só pelo estilo, tinha a transformação daquela juventude."