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Usado por Cibele para atingir Ruy, ator defende vilã: "Ser traído é ruim"

Pedro Nercessian é Amaro em "A Força do Querer" - Raquel Cunha/Globo/Divulgação
Pedro Nercessian é Amaro em "A Força do Querer" Imagem: Raquel Cunha/Globo/Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

17/06/2017 04h00

Em sua jornada para se vingar de Ruy (Fiuk) em “A Força do Querer”, Cibele (Bruna Linzmeyer) arranjou uma nova vítima: Amaro (Pedro Nercessian), o melhor amigo do ex. Ela resolveu seduzir o rapaz para atingir Ruy, mesmo ele sendo namorado de sua (ex?) melhor amiga, Anita (Lua Blanco) – a nova maldade de uma lista que já inclui uma falsa gravidez e uma falsa acusação de agressão.

Mas para o ator Pedro Nercessian, de 31 anos, julgar Cibele não é tão simples assim. “Acho que são justificáveis”, diz em entrevista ao UOL. “Uma pessoa magoada é capaz de fazer tudo isso que ela está fazendo. Se é certo ou errado, a princípio parece errado, mas se você for ver por outro ponto de vista, eu não sei se a gente tem como julgar uma pessoa que foi traída como ela foi. Acho que ela pode ser vilã por um ponto de vista novelesco, porque ela está querendo [se vingar] em vez de seguir a vida dela. Mas eu não tiro a razão completamente dela não. Adoraria fazer esse personagem, porque acho que tem um porquê dessas maldades. Ser traído é muito ruim.”

O ator revela, inclusive, já ter vivido momentos de, como Cibele, ficar chateado ao ver os amigos confraternizando com uma ex. “Você termina, rola aquele ciúme, e você envolve os amigos na jogada. Mas isso é obviamente uma coisa de quando a gente está muito chateado. Depois você vê que amizade é uma coisa [à parte]”, conta ele, que não vê tabu em relacionamentos que acontecem no mesmo grupo de amigos: “Já aconteceu de um amigo namorar uma pessoa, essa pessoa depois namorar outro amigo, e não tem problema nenhum, vida que segue.”

Animado com a posição de destaque assumida por Amaro nesta fase da trama, Pedro afirma que as cenas entre ele e Cibele foram gravadas de forma sutil para não entregar logo de cara ao público o que irá acontecer. “Tem umas cenas muito delicadas no sentido de não revelar para o público o desfecho, se o Amaro seria capaz ou não seria de ficar com a Cibele. A gente tem que manter algumas coisas em aberto.”

Os espectadores, porém, não terão de esperar muito para saber o que acontece: “A Glória deu um desfecho. Vai ter uma passagem de tempo de um ano e a Cibele vai viajar. Essa vai ser a última merda dela antes da viagem.”  

22.set.2016 - Pedro Nercessian interpreta o playboy Téo em "Justiça"  - Divulgação/TV Globo  - Divulgação/TV Globo
Pedro viveu o playboy Téo em "Justiça"
Imagem: Divulgação/TV Globo

Futuro

Em sua primeira novela no horário nobre da Globo, Pedro vem de outro projeto da emissora: “Justiça”, na qual interpretou o mimado Téo. E, apesar de a minissérie também ter sido bem-sucedida, afirma que o assédio do público tem sido muito maior agora.

“’Justiça’ fez muito sucesso, mas o horário é um em que o público e a quantidade de pessoas são diferentes”, avalia. “São muitas pessoas a menos [assistindo], e ‘Justiça’ ficou um mês no ar. O personagem era até bem maior do que o Amaro, mas em termos de reconhecimento na rua, tem sido maior. E ele tem uma coisa meio gaiatão, brincalhão, tentando levantar o astral do amigo. O Téo era um mimado, um playboy que só fazia besteira. A empatia das pessoas com o Amaro é muito maior.”

Apesar de as duas produções serem bem diferentes entre si, Pedro aproveitou as duas experiências. “Acho que é bom alternar. ‘Justiça’ é uma coisa mais densa, um personagem mais complexo. Já o Amaro tem uma leveza, uma coisa de gravar todo dia bem-humorado. Gosto dos dois climas”, diz o ator, que pretende seguir na TV após o fim de “A Força do Querer”: “Espero continuar com papéis cada vez maiores e que eu possa mostrar o ator que me tornei.”