"Tem horas que não acredito", diz Gui Santana sobre viver Zacarias na Globo

Com as bochechas rosadas, peruca e a risadinha idêntica à de Zacarias, Gui Santana entrou em uma sala dos Estúdios Globo para falar sobre o personagem Zaca, que fará no especial de 40 anos dos "Trapalhões", que estreia dia 17 de julho no Viva e em setembro na Globo. A semelhança com o personagem impressiona.

"Na infância eu já brincava e fazia a carinha dele. Lá pelos 10 anos, comecei a fazer a voz e a risadinha na escola. Então isso se tornou fácil no processo de preparação porque é uma coisa que eu já domino", explica o humorista de 30 anos, que interpretou o Zacarias no "Comédia MTV" e no "Pânico".

Gui acompanhou a fase final dos "Trapalhões" na TV, mas carrega uma memória afetiva do programa, viu várias reprises e se diz emocionado por poder prestar essa homenagem ao seu personagem favorito do quarteto. "O Zacarias sempre foi o meu preferido, depois o Mussum, Didi e Dedé. Peguei só o final, mas eu lembro das reprises, dos filmes que eu assistia. Só minha família sabe o quanto estou feliz com esse convite", diz ele, que deixou o "Pânico na Band" e fechou com a Globo um contrato por obra.

No especial, o humorista atua ao lado de Mumuzinho (Mussa), Lucas Veloso (Didico), Bruno Gissoni (Dedeco), além dos veteranos Dedé Sant'Anna e Renato Aragão.

"Tem horas que eu não acredito. Fico parado, só olhando para o Renato Aragão e lembrando quantas vezes eu ficava deitado na sala assistindo 'Os Trapalhões'. Quando gravamos a primeira cena foi uma emoção muito grande. Os olhos do Renato lacrimejavam. Fiquei emocionado, dá um arrepio muito forte".

No programa, o quarteto trapalhão acompanhado de Didi e Dedé aprontarão todas com muitas piadas, que virão mais leves por conta do momento politicamente correto, em que não cabe mais um humor com tom preconceituoso.

"A gente faz umas brincadeiras de dizer que um está dando pinta, um humor sadio. Acho que a sociedade está se encaixando de uma forma que está pesado, acho que não tem nada a ver. Palhaçada é o que a galera faz aí na política. Os 'Trapalhões' podem brincar com qualquer tipo de coisa, tem um humor de situação, de bordões, é um conjunto de tudo."

"Você pode dizer qualquer coisa no tom do Zacarias que você não vai ver maldade nenhuma", completa ele. No programa, os personagens revivem algumas esquetes marcantes do "Trapalhões" como o quadro Terezinha, em que Renato Aragão se veste de Maria Bethânia.