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O Pablo que faltava! Após "Qual É a Música", Anibal trabalhou em seguradora

Anibal Beltran, dublador do "Qual É a Música", em 1991 e atualmente - Anibal Beltran/Arquivo pessoal
Anibal Beltran, dublador do "Qual É a Música", em 1991 e atualmente Imagem: Anibal Beltran/Arquivo pessoal

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

12/07/2017 04h00

Ele era o Pablo que faltava! Com a ajuda dos leitores, o UOL conseguiu falar com o único dublador do "Qual É a Música" que não havia sido encontrado para a reportagem "Palhaço, bailarino, jornalista: quem são os 'Pablos' do 'Qual É a Música'?", publicada na última segunda-feira (10).

Quando soube que estava sendo procurado, Anibal Beltran se espantou. "Pensei que era a polícia", brinca. Amigos e colegas da última empresa onde ele trabalhou também mostraram a reportagem para ele, que topou sair do anonimato.

Terceiro dublador do "Qual É a Música", Anibal sucedeu Carlos Cesare entre 1990 e 1991, até o programa sair do ar. O início dele, porém, foi inusitado. Anibal trabalhava em um banco e foi convidado por uma colega "telemoça" de Silvio Santos para ver um ensaio do balé do SBT, mas dois rapazes faltaram e ele tornou-se substituto por acaso.

Após dois anos como bailarino, Anibal foi chamado para um teste com cerca de dez rapazes para trabalhar no lugar de Carlos Cesare, que havia deixado de dublar no "Qual É a Música" para seguir carreira de cantor.

"Meu teste foi usado para os três primeiros programas, porque eles acharam que tinha ficado muito bom. Na verdade, eu gostava do programa, então eu sabia o que os rapazes faziam", relembra.

Anibal recorda com carinho o período em que foi dublador do "Qual É a Música" e conta como soube do fim da atração: "Disseram que a gravação estava suspensa e, na semana seguinte, quando fui ao estúdio, soube que o programa tinha acabado. Foi bom o quanto durou. Aprendi muito. Foi uma faculdade para mim".

Saída da TV, "firma" e desemprego

Anibal Beltran no "Qual É a Música" - Anibal Beltran/Arquivo pessoal - Anibal Beltran/Arquivo pessoal
Anibal Beltran no "Qual É a Música"
Imagem: Anibal Beltran/Arquivo pessoal
Com o fim do "Qual É a Música", Anibal ficou mais dois anos como bailarino, mas viu outros programas saírem do ar e tomou uma decisão: deixou a TV e voltou a estudar: "O trabalho ficou escasso, tive que fazer algo para o meu futuro. Não vi muita perspectiva dentro da televisão".

Dos cinco "Pablos", Anibal é o único que não seguiu a carreira artística. Estudou Administração e fez duas pós-graduações, em Gestão de Recursos Humanos e Seguros e Previdência Privada. Trabalhou 20 anos na parte operacional de uma seguradora em São Paulo. A fama, entretanto, o perseguiu. Na empresa, também foi reconhecido pelos colegas.

"Alguns descobriam e comentavam, mas [meu trabalho no 'Qual É a Música'] era um mito. Às vezes, em reuniões, havia gerente olhando para minha cara e rindo, e depois perguntava: 'É verdade que você trabalhou...', e eu: 'É verdade'", conta.

Hoje com 49 anos, Anibal Beltran está desempregado. Ele viajou pelo mundo e voltou ao país natal, Chile, mas retornou ao Brasil à procura de trabalho. "Não pensei em voltar para a área artística. Gostaria se fosse voltar para o SBT ou outra TV, mas na parte de produção, não na frente das câmeras", afirma.

Alberto Goya no "Qual É a Música" e atualmente - Montagem/Reprodução/SBT/Instagram/alberto_goya - Montagem/Reprodução/SBT/Instagram/alberto_goya
Alberto Goya no "Qual É a Música" e atualmente
Imagem: Montagem/Reprodução/SBT/Instagram/alberto_goya

Fora do Brasil, "Pablo bailarino" desabafa: "Momento péssimo"

O UOL também entrou em contato com Alberto Goya, o último "Pablo" do "Qual É a Música", entre 2007 e 2008. Ele atualmente é bailarino, mas estava fora do Brasil. Após a publicação da reportagem, Alberto respondeu contando um pouco de seu trabalho atual e por que deixou o país.

"Viajei no dia 4 para Istambul (Turquia) e de lá para a Estônia. Estou embarcando em um navio que faz até o final do ano toda a costa norte da Europa. Trabalho como bailarino em companhias de danças internacionais. Buscando novos horizontes, saí do país, neste momento péssimo que vivemos, para conhecer novas pessoas e ter acesso a novas possibilidades", afirmou.