Médico de Marcelo Rezende não tinha licença para trabalhar, diz Record
Colaboração para o UOL
01/10/2017 22h37
Marcelo Rezende trocou ligações e mensagens com o médico Lair Ribeiro até perto de sua morte, segundo reportagem do "Domingo Espetacular", da Record. O apresentador do "Cidade Alerta", que morreu em 16 de setembro após não resistir ao câncer no pâncreas e no fígado, manteve o tratamento alternativo com a médica Kátia Nakazone, embora ela tenha registro de ginecologista em Ribeirão Preto, para onde o jornalista ia às segundas-feiras em busca de cura.
De acordo com o programa, Lair Ribeiro não tem licença para clinicar ou dar consultas em São Paulo e por isso indicou uma de suas alunas, Kátia, para acompanhar Rezende durante todo o tratamento, dar suporte e outras orientações.
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"Lair recebeu Marcelo no dia 13 de maio. Uma testemunha disse que ele deveria largar a quimioterapia e que até setembro, com a dieta cetogênica, estaria curado", diz a reportagem.
O jornalista optou pelo tratamento após ser submetido a uma forte sessão de quimioterapia e informado que a chance de cura era menos de 1%. Didi, funcionária e braço direito de Rezende em casa há 14 anos, disse ao "Domingo Espetacular" que houve outro encontro.
"Primeiro a esposa do Lair esteve aqui e, depois do feriado de 7 de setembro, Marcelo recebeu o Lair. Eu que recebi ele na porta, levei ao quarto. Eles se falavam muito no telefone, com bastante frequência. O Marcelo ligava e ele (Lair) também", revelou.
A emissora mostrou mensagens e ligações trocadas pelo ex-apresentador do "Cidade Alerta" com os dois profissionais: entre os dias 28 e 30 de agosto, Rezende e Lair se comunicaram pelo menos quatro vezes. No celular dele também constavam mensagens nas quais Kátia dizia que o tumor estava controlado e o incentivava a continuar o tratamento alternativo.
Em 19 de maio, ela pediu o endereço dele para "enviar um material que o Dr. Lair solicitou". Em outro momento, Rezende pergunta se pode abrir as cápsulas e dissolver o pó na água, pois há "cápsulas duras como plástico de fazer sandália. Não há organismo que faça a digestão desse plástico de forma natural", escreveu.
"No dia 11 de setembro ele passou a implorar por morfina, por causa das dores abdominais insuportáveis. O câncer tomou por completo o pâncreas, o fígado e avançou para o abdômen. Marcelo também tinha pneumonia e infecção na perna, quadro irreversível", continua a reportagem.
Kátia, que não quis comentar o caso, mandou sua equipe recolher todos os medicamentos da casa quando o jornalista foi internado e telefonou para o filho dele, Diego que estava na argentina, dizendo que, se Marcelo não tomasse o soro que tinham preparado, morreria em dois dias, afirma a reportagem da Record.
Lair comentou o caso com a seguinte declaração: "Apesar da extrema malignidade da doença, ele viveu quatro meses após o diagnóstico, informando sobre sua resiliência e seu estado de saúde nas redes sociais. Esclareço com isso que todas as informações que relacionam meu nome com esse caso são apenas especulações".