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Carol Duarte pede fim da transfobia: "Há muitos Ivans no Brasil"

Carol Duarte como Ivan em "A Força do Querer" - Reprodução/Globo
Carol Duarte como Ivan em "A Força do Querer" Imagem: Reprodução/Globo

Do UOL, no Rio

17/10/2017 13h17

Na reta final de "A Força do Querer", Carol Duarte falou sobre a importância que Ivan teve para ajudar a esclarecer conflitos entre jovens transgêneros. A atriz contou que é abordada com frequência por mães e garotos trans que agradecem pelo personagem.

"O Ivan é muito querido e acho que há muitos Ivans no mundo e no Brasil. É para olhar para essas pessoas, que a maioria está desempregada porque o preconceito existe...  A novela traz uma visibilidade pra essa questão muito bonita e faz a gente estar aqui hoje falando sobre esse tema, o que é lindo. A luta pelo fim da transfobia é nossa. você não precisa ser trans para lutar contra isso", disse a atriz no  programa "Papo de Almoço", da rádio Globo, desta terça (17).

"É uma honra ter feito essa personagem no momento que as coisas parecem tomar rumos tão estranhos, quando se fala de cura. Quando era adolescente não vi uma novela que falava sobre isso e acho que isso faz diferença", completou Carol.

A atriz Maria Clara Spinelli, a Mira de "A Força do Querer", que é trans, disse que se a novela tivesse ido ao ar na época que ela ainda era criança, talvez contribuísse para que seus pais compreendessem melhor seu comportamento na ocasião.

"Se meus pais tivessem visto uma novela, os psicólogos quando eu era criança, com certeza teria evitado tanto sofrimento. Meus pais tiveram que aprender junto comigo o que era isso. Às vezes eu fico desanimada com tanta intolerância, aí eu vejo onde estou, olho o trabalho da Carol. A Gloria [Perez] contou toda trajetória do Ivan. Ele é querido pelo público, amado e isso não tem nada que supere a empatia, a compaixão".

A apresentadora Fernanda Gentil elogiou as atrizes e explicou a importância que o tema abordado na novela tem para que o assunto seja esclarecido para pessoas que passam por situações semelhantes, moram em cidades do interior e muitas vezes não compreendem seus conflitos.

"Talvez vocês não tenham essa dimensão da importância do trabalho de vocês. Ouço muito em relação ao bem que vocês fazem, vocês salvam vidas, literalmente. A gente fala muito dessa questão de diversidade de gêneros, de minoria. A gente vive na ponta de um iceberg. Tem muita gente no interior que não tem essa informação do jeito que a gente quer passar, e a novela capta esse tema. Tem gente que está se matando, que se olha, não se vê e não se aceita e acha isso tão estranho e é mais fácil tirar a prórima vida...  Fico honrada de viver uma época que vocês estão fazendo história. Como brasileira, acho muito importante e devo um agradecimento imenso a vocês", disse Gentil.