Queda de helicóptero do irmão inspira Selton Mello para fazer sobrevivente
Um trabalho tenso. É assim que Selton Mello descreve a minissérie "Treze Dias Longe do Sol", que estreia na Globo Play na próxima quinta-feira (2) e chega à TV aberta em janeiro. Para viver um dos responsáveis e, ao mesmo tempo, um dos sobreviventes do desabamento de um prédio, o ator passou por vários momentos de esforço físico e de cenas bem dramáticas.
"Felizmente nunca vivi nada tão pesado, mas meu irmão [o também ator Danton Mello] viveu. Ele caiu de helicóptero [em 1998, enquanto sobrevoava o Monte Roraima], ele é um sobrevivente. Muitas vezes nesse trabalho eu pensava nele. Meu irmão era uma inspiração, ele viveu algo realmente pesado. Por um bom tempo a gente achou que ele pudesse ter morrido. Ele foi encontrado no meio da floresta, foi operado e está aí hoje, trabalhando", lembra o intérprete de 44 anos.
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Na atração, criada por Elena Soárez e Luciano Moura, Selton interpreta Saulo Garcez, o ambicioso engenheiro à frente da construção do Centro Médico Dr. Augusto Rupp, que vem abaixo no primeiro dos dez episódios. Sobre o ombro do especialista recai a responsabilidade de ter economizado dinheiro na obra para conseguir comprar, em parceria com a diretora financeira da Baretti Engenharia, Gilda (Débora Bloch), ações da empresa.
"Ele quer ser sócio dessa construtora e, por conta disso, acaba fazendo uso de mão de obra barata, usando material não tão bom. E isso acaba gerando a queda do prédio. E ele está lá em baixo com a Marion (Carolina Dieckmann), que é a filha do dono e chega para dar uma dura. Ali você já entende que eles têm alguma coisa, e a série passa o tempo todo mostrando a turma de cima e a turma de baixo, cada uma lutando para sobreviver", adianta.
Embora Selton afirme que a produção foca muito mais nos dramas pessoais de cada personagem, é impossível não traçar um paralelo da tragédia com da ficção com algumas da vida real, como a queda do Edifício Palace 2, no Rio de Janeiro, que matou oito pessoas em 1998, ou mesmo escândalos envolvendo propinas em obras superfaturadas como as que causaram a prisão do ex-governador Sérgio Cabral.
"É um país que maquia as coisas. Você vê o que aconteceu na Rocinha recentemente. Muitos moradores, muitos trabalhadores viviam ali. E no meio daquele caos estava tendo o Rock in Rio, e aí colocam o Exército para o pessoal ir aos shows. Depois, fica tudo abandonado de novo. Na verdade, tinha que começar do zero", analisa.
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