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Sobrevivente em minissérie, Carolina Dieckmann diz: "Mãe não pode morrer"

Carolina Dieckmann é Marion em "Treze Dias Longe do Sol" - Ramón Vasconcelos/TV Globo
Carolina Dieckmann é Marion em "Treze Dias Longe do Sol" Imagem: Ramón Vasconcelos/TV Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

02/11/2017 04h00

 

Foram cerca de 50 dias na pele de uma das sobreviventes da queda de um edifício em "Treze Dias Longe do Sol", minissérie que estreia nesta quinta-feira (2) no Globo Play e em janeiro na Globo.

Intérprete da médica Marion, Carolina Dieckmann lembra que os barulhos de explosões e as nuvens de poeira eram uma constante no set, mas os sustos eram o de menos. O maior desafio do trabalho foi mesmo o de acessar as emoções de alguém numa situação limite como essa. 

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"Eu saía cansada, eram cenas de ação todos os dias. Mas quando eu via a luz do dia, os carros passando, as pessoas, eu me sentia ótima. Deve ser desesperador ficar debaixo da terra", afirma.

Mãe de Davi, 18, e José, 10, a atriz conta como foi se imaginar numa circunstância em que a morte era um cenário provável, como o vivido pela personagem.  

"O que eu teria falado para o meu filho se vislumbrasse que eu não o veria mais? Só de pensar isso já dá desespero, já faz você chorar. Tenho pavor de morrer. Não é só deixar seus filhos, é não poder vê-los mais", afirma.

"Falei para o Luciano [Moura, cocriador e diretor da série] que a pulsão da Marion para mim era essa: uma mãe não pode morrer. Quem é mãe deve sentir assim, você tem que cuidar do filho, tem que ver casar, se formar, perguntar se está de casaco, saber se ficou com febre. Só mãe faz isso", analisa.

Na trama concebida por Elena Soárez e Luciano Moura, a médica é filha do dono do prédio do Centro Médico Dr. Augusto Rupp. Recém-chegada dos Estados Unidos, ela vai até o local para fiscalizar o andamento da obra e reencontra o ex, Saulo (Selton Mello), engenheiro responsável pela construção, que também fica entre os feridos.

Enquanto o resgate, capitaneado pelo bombeiro Marco Antônio (Fabrício Boliveira) não chega, quem tem culpa no cartório, como a diretora financeira da Baretti Engenharia (Débora Bloch) tenta se safar das implicações do acidente. 

"Óbvio que saí da Marion modificada. Quem está nessa situação tem que lidar com coisas que nunca tive que lidar, é uma gama de sensações. Na preparação de elenco, tivemos uma experiência bem sensorial, de colocar bexigas cheias de água passando no corpo e sentindo a vibração de cada órgão, para conhecer o que está vibrando, de onde a gente puxa cada emoção", lembra.

Embora a carga emocional seja pesada, Carolina garante que se divertiu durante as filmagens.

"Eu não tinha que usar maquiagem! Já ficava feliz de manhã (risos). Se sujar o nariz, sujou, ninguém parava a cena. Se eu tivesse com uma espinha, era só jogar poeira em cima. Trabalhando não tenho esse negócio de vaidade. E não tinha que trocar de roupa!", brinca.