"Rainha das pegadinhas" do SBT já dirigiu Silvio e pediu emprego a Faustão
No "reinado" das pegadinhas de Silvio Santos, o "rei" é Ivo Holanda e a "rainha" é Georgina Correia, a Gell. A atriz pernambucana de 54 anos faz sucesso nas "Câmeras Escondidas", mas sua carreira no SBT começou atrás das câmeras, dirigindo o próprio patrão e programas como "Domingo no Parque", "Show Maravilha" e a primeira versão do "Passa ou Repassa".
Ao UOL, Gell Correia conta que migrou para as pegadinhas por acaso. Sem experiência como atriz, ela foi chamada às pressas por Detto Costa, primeiro diretor das "Câmeras Escondidas" do "Topa Tudo por Dinheiro", para interpretar uma nordestina que entrava em uma loja de móveis e, ao lado do "marido" Ivo Holanda, dizia que aquela era sua casa.
"Eu ainda era diretora do 'Domingo no Parque' e, andando em um dos corredores da TVS (atual SBT), na Vila Guilherme, Detto Costa me chamou para gravar dizendo que precisava substituir uma atriz que estava de luto e que queria alguém com o sotaque bem puxado e bem nordestina como eu", relembra.
Gell continuou dirigindo Silvio Santos, mas gostou de gravar pegadinhas e aos poucos ficou no SBT somente como humorista. A relação com o apresentador, por sua vez, não mudou. Funcionária de confiança há mais de 30 anos, ela também dirigiu Gugu e Mara Maravilha e ajudou a criar programas com o "patrão".
"Quando nos encontramos, é a maior alegria, nos abraçamos e ele me chama de 'minha menina'. Silvio sempre falou que sou 'pé de boi', porque quando acabou o 'Domingo no Parque' eu ajudei na criação do 'Passe ou Repasse' e o dirigi durante oito meses enquanto era apresentado pelo Silvio, antes de passar para o Gugu. Fiquei dois anos até que a Mara Maravilha pediu para eu ser diretora dela e Silvio autorizou por confiar no meu trabalho", conta.
Fazendo jus à fama de "pé de boi", Gell trabalhou até no jornalístico "Aqui Agora" enquanto fazia as "Câmeras Escondidas". Mas foi demitida da emissora com o fim do "Topa Tudo por Dinheiro". Para pagar as contas e sustentar os três filhos, ela pediu emprego na Globo e gravou as "Pegadinhas do Faustão" durante dois anos.
"Nunca parei de gravar as pegadinhas, nem quando o Silvio deu uma parada com elas no SBT, pois fiz algumas para o Faustão antes de voltar", recorda. Gell ainda trabalhou em pegadinhas da Record antes de voltar ao SBT, em 2008.
"Nunca fui agredida"
Há duas semanas, a humorista do "Programa Silvio Santos" virou a caça e "provou do próprio veneno" pela primeira vez. Gell Correia caiu em uma pegadinha de um fã, policial militar, que a abordou dizendo que ela portava drogas e uma arma de fogo. Ela confessa que se assustou, mas riu da situação e tirou fotos com o PM.
"Eu estava esperando um carro de aplicativo quando encostou uma viatura da polícia e me chamou. Fui despreocupada, mas o policial disse que tinham feito uma denúncia anônima contra mim, que eu estava com drogas e uma arma de fogo. Fiquei um pouco assustada, mas neguei, disse que era uma pessoa pública, uma atriz e não estava fazendo nada de errado, até que ele começou a rir e disse que era meu fã: 'Viu como é bom fazer isso com as pessoas?'. Aí foram só risadas e fotos. Muita gente já tentou fazer pegadinhas comigo, mas nunca ninguém tinha conseguido", brinca.
Gell Correia admite que já recebeu "uns tapas", mas comemora nunca ter apanhado em "Câmeras Escondidas", diferentemente do colega Ivo Holanda.
"Nunca sofri ameaças e nunca fui agredida. Pelo contrário, depois que acaba a pegadinha todo mundo se torna amigo, as 'vítimas' me beijam, me abraçam e às vezes nos tornamos amigas no Facebook. As pessoas ficam um pouco com raiva na hora, já recebi uns tapas, mas depois passa", afirma.
Dirigir Silvia Abravanel
Gell trabalha desde os 17 anos na TV. Começou na TV Jornal do Comércio, em Recife, como secretária de palco: "Eu dançava, cantava, tirava e colocava o microfone no palco de um programa bem animado. Quando acabou a atração, fui com o mesmo apresentador para a Tupi, mas o meu sonho era ir para São Paulo. Eu apontava para televisão e dizia para mim mesma: 'Eu ainda vou trabalhar com este homem, Silvio Santos'".
Na capital paulista, Gell trabalhou na Tupi até a falência da emissora, em 1980. Ela pediu emprego na porta da TVS (atual SBT) e conheceu Valentino Guzzo, a Vovó Mafalda do "Bozo". Ela foi indicada para a vaga de produtora de Silvio e cresceu até se tornar diretora. Hoje consagrada nas pegadinhas, a atriz deseja voltar a dirigir e sugere o retorno do "Domingo no Parque", desta vez com Silvia Abravanel, filha número 2 de Silvio, que aprendeu a apresentar programas com Gell.
"Quando ela tinha por volta de 16 anos, Silvio chegou com ela até mim e me pediu para ensiná-la a apresentar o 'Domingo no Parque'. Ela apresentou uns quatro e funcionou, Silvio gostou bastante. Ela pegou o microfone e já foi apresentando", elogia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.