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No velório de Eva Todor, Nathalia Timberg se despede: "Ela foi um fenômeno"

Nathália Timberg no velório de Eva Todor, no Rio - AgNews
Nathália Timberg no velório de Eva Todor, no Rio Imagem: AgNews

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

11/12/2017 10h42

O velório de Eva Todor começou às 9h desta segunda (11) no Theatro Municipal do Rio e foi aberto ao público.  De lá, o corpo seguiu para ser cremado no Memorial do Carmo, na zona centra da cidade. A atriz morreu em casa, no domingo, aos 98 anos de idade vítima de uma forte pneumonia.

Personalidades da classe artística deram o último adeus à atriz, como Nathalia Timberg , Suzana Faini e Nicette Bruno.

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Nathalia relembrou que Eva tinha um desejo enorme de voltar a atuar: "Ela sempre gostava quando nos encontrávamos e eu a chamava de fenômeno porque ela foi... Foi exemplo de vida, de alegria, de talento. Para mim, sempre dá a impressão que ela já se foi quando deixou de atuar, ela só queria voltar a atuar. Fica o exemplo de vida, de paixão, amor a esse nosso ofício".

Bastante emocionada, Suzana Faini contou que conhecia Eva há muitos anos. "Ela me deu a honra de me chamar como amiga. Nos últimos anos eu estive bem próxima dela. Ela vai deixar muita saudade. Foi uma grande mulher e um grande exemplo", declarou ela.

Chico Neves, do coral lírico do Theatro Municipal, prestou uma emocionante homenagem a Eva Todor e, por fim, puxou uma salva de palmas ao lado de Nathalia Timberg.
 
"Há momentos em que o céu dispensa anjos e nos manda. Em momentos especialíssimos, temos a honra de devolver a este universo o fluido, a beleza que este universo nos entregou. Dona Eva tão querida do ponto de vista profissional, artístico e humano acima de tudo. A artista foi maravilhosa, mas a mulher é maior. Estamos aqui para não só reverenciar, mas através de nossas almas devolvê-la em paz e ainda maior do que ela chegou aqui", disse ele. 
 
Sob aplausos de Nicette Bruno, Bete Goulart, Nathalia Timberg e de populares o corpo seguiu para o Memorial do Carmo, onde será cremado. 
 
 

 

 

Acompanhada da filha Beth Goulart, Nicette Bruno falou sobre a falta que Eva fará na arte.

"O Brasil perde uma grande estrela.  Ela tinha um carisma extraordinário, uma bela atriz, uma comediante fantástica. Tivemos oportunidade de estarmos juntas muitas vezes. Desde que eu estava esperando minha primeira filha e o Paulo trabalhou na companhia dela, então nós tivemos um contato muito forte. Sempre eu ia visitá-la. Ela ia assistir meus espetáculos. Guardo grandes lembranças dela. O mais importante é que o grande público guarde uma lembrança dessa atriz extraordinária, dessa criatura que tinha um sentido de comédia fantástico, dificilmente igualado por outras colegas".

"Eva foi uma mulher que tinha uma comunicação direta com seu público. Ela sempre soube dar aquele olharzinho e se comunicar coma plateia, colocando a plateia dentro da história que ela estava contando. É uma grande estrela que tinha a força da alegria, que conseguia trazer para cada um de nós essa energia, que é de luz, de amor, de generosidade. Eva Todor foi esse exemplo de grande atriz, de grande mulher, que tinha essa conexão tão forte com seu público. Nossa homenagem será eterna em cada lembrança que tivermos dela", disse Beth Goulart.

Antes do corpo seguir para cremação, o padre Osmar Raposo fez uma oração com cânticos como "Ave Maria" e "Segura na Mão de Deus" e deu a bênção final.

Explosão no teatro e a estreia na televisão

Húngara, a atriz Eva Fodor Nolding, ou simplesmente Eva Todor, começou sua carreira precocemente como bailarina. Aos 4 anos, ela foi matriculada em aulas de balé clássico na Ópera Real de seu país natal. De origem judia, a família da atriz emigrou para o Brasil durante a sua infância, onde ela seguiu praticando dança.

Com apenas 9 anos, Todor já havia se apresentado no Teatro Municipal de São Paulo. “Não decidi ser atriz. Decidiram por mim. Meus pais, como bons húngaros, tinham a mania de arte e achavam que toda pessoa devia ter uma educação ligada à arte”, relembrou Eva em entrevista ao projeto Memória Globo.

A atriz iniciou a carreira artística no teatro. O sucesso nos palcos fez com ela fosse convidada para seu primeiro filme, "Os Dois Ladrões" (1960), de Carlos Manga. 
 
A estreia na televisão aconteceu no ano seguinte pela TV Tupi em "As Aventuras de Eva". Seu primeiro trabalho na Globo foi em 1977 em "Locomotiva" na faixa das sete.