Topo

Dani Boy retoma carreira após proibição da Justiça e quer rever Gugu

Dani Boy e seu ídolo, Daniel - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Dani Boy e seu ídolo, Daniel
Imagem: Reprodução/Instagram

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

10/01/2018 04h00

Dani Boy, o menino fofo que aparecia no Domingo Legal como Guguzinho, nos anos 90, se prepara para retomar a carreira após ser proibido pela Justiça. Hoje com 24 anos e prestes a ser pai, o cantor lançará em 2018 um DVD e outros projetos para mostrar ao público que ele cresceu e também para fazer a transição da infância para a fase adulta que não aconteceu.

"O mais difícil hoje, para voltar, é as pessoas entenderem que esse Dani Boy era aquele menininho. Muita gente não consegue entender que foi há 15 anos", admite o cantor ao UOL. "Luan Santana e Justin Bieber eram menininhos e se transformaram em homens, a transição foi impecável. O Dani Boy não teve isso, porque saiu menininho e já apareceu homem, sem adolescência", compara.

O cantor decidiu retomar a carreira artística usando o nome de menino que o consagrou. Tentou se apresentar pelo nome de batismo, Marcos Felipe, mas não deu certo. Atualmente, lota casas de shows e mata o público de saudade como Dani Boy. Ele considera 2017 seu melhor ano desde que voltou a cantar.

Dani Boy canta com seu ídolo, o cantor sertanejo Daniel - Reprodução/Instagram/daniboyoficial - Reprodução/Instagram/daniboyoficial
Dani Boy canta com seu ídolo, o cantor sertanejo Daniel
Imagem: Reprodução/Instagram/daniboyoficial
"Minha família só me chama de Dani Boy. Tive muita dificuldade no setor de vendas, porque quem é Marcos Felipe? Hoje, Dani Boy abre muitas portas, toco nas maiores casas de São Paulo por causa dele. Faço até 17 shows por mês com lotação máxima porque, quando leem 'Dani Boy' e me veem, todos lembram", comemora.

Neste ano, além do nascimento de Jozé Felipe, seu primeiro filho com a noiva, Carolina, o cantor lançará seu quinto CD, "Dani Boy Volume 5", contando os dois álbuns da infância e os dois mais recentes. Ele também publicará vídeos antigos de suas aparições na TV e concluirá a transição para a fase adulta no palco, em um DVD com a participação de Daniel, seu ídolo, e de um sósia mirim.

"Quem vai começar cantando é o Dani Boy criança. Consegui um dublê muito parecido comigo. No final, eu entro e ele desaparece, e a próxima música será com o Daniel. No novo material que estamos fazendo, vamos trazer de volta para as pessoas saberem quem aquele Dani Boy é hoje", antecipa.

Primeiro CD de Dani Boy, lançado em 2001, e o atual EP, lançado em 2016 - Montagem/Divulgação - Montagem/Divulgação
Primeiro CD de Dani Boy, lançado em 2001, e o atual EP, lançado em 2016
Imagem: Montagem/Divulgação

Reprovação e proibição da Justiça

O público não viu Dani Boy crescer porque ele teve de deixar a TV por imposição judicial. Em 2002, no auge do sucesso, foi reprovado na escola por faltas e obrigado a cancelar todos os contratos, da gravadora às marcas de brinquedos. O garoto não pôde trabalhar até completar 18 anos e com os estudos concluídos.

Dani Boy se transformou em Guguzinho no salão de Jassa - Reprodução/Instagram/daniboyoficial - Reprodução/Instagram/daniboyoficial
Dani Boy se transformou em Guguzinho no salão de Jassa
Imagem: Reprodução/Instagram/daniboyoficial
"Quando fizemos o contrato com o SBT, tinha que sair no meu nome, não no dos meus pais, porque o dinheiro era encaminhado para uma conta e só pude mexer quando fiquei maior de idade. A determinação do juiz foi que, se atrapalhasse na escola, imediatamente o contrato estaria cancelado. Na época, tinha boneco, álbum de figurinhas, chiclete, meu terceiro CD estava pronto, mas tudo teve que sair de circulação", relembra.

No período em que não podia trabalhar como artista, Dani Boy concluiu os estudos e até montou uma banda de rock. Chegou a vencer um concurso para gravar um CD, mas a Justiça o impediu novamente porque ainda era menor de idade. Apesar das dificuldades, o cantor não lamenta a pausa abrupta: "Valeu a pena ter ficado esses anos fora. Fui estudar, aprendi a cantar, porque quando criança era bonitinho. Aproveitei esse período para tocar instrumentos e compor muito".

Dani Boy com Gugu, nos anos 90, e atualmente - Montagem/Reprodução/Instagram - Montagem/Reprodução/Instagram
Dani Boy com Gugu Liberato, nos anos 90, e atualmente
Imagem: Montagem/Reprodução/Instagram

De palhaço a Guguzinho

Dani Boy já queria ser artista com dois anos de idade, quando ainda era Marcos Felipe: "Sempre gostei de ter atenção". No mesmo dia em que começou a andar, encantou-se com um palhaço que animava a entrada de uma loja de calçados e começou a se apresentar com ele. Aos quatro, ganhou da avó um LP de João Paulo & Daniel e virou fã: vestiu-se de cowboy e cantou as músicas do disco sertanejo em uma feira de agronegócio. Daniel estava presente e conheceu seu fã mirim.

"Foi tudo muito rápido. Conheci Daniel em 15 de julho de 1998 e no domingo seguinte eu estava no Gugu", recorda. Hoje, Dani Boy se orgulha de ser amigo de seu "padrinho" na música e comemora a parceria no próximo DVD: "Ele me chama no WhatsApp e sempre o chamo de padrinho, é um cara por quem tenho muito respeito. Tudo que aconteceu na minha vida eu devo a ele. Meu primeiro microfone foi ele que deu".

De Dani Boy (nome escolhido em um concurso de uma loja de discos) para Guguzinho, a mudança foi radical. Em seu primeiro "Domingo Legal", pediu emprego a Gugu ao vivo e conquistou o público. Na semana seguinte, apareceu com os cabelos loiros (pintados por Jassa) e o mesmo terno do apresentador, em versão reduzida. A audiência do programa explodia, e a carreira do astro mirim também. "Eu ia ao shopping e a polícia tinha que tirar, porque a segurança não conseguia. Não tinha noção. Tenho foto até com o Van Damme!", relembra.

Quando teve que deixar o "Domingo Legal" por ter reprovado na escola, Dani Boy não recebeu um telefonema sequer de Gugu, mas não guarda mágoas do apresentador e o procura para gravar um depoimento sobre a fase em que trabalharam juntos no SBT.

"As pessoas pensam que odeio o Gugu, mas não o julgo por nada. É um cara muito compromissado. Não tive com ele o contato que tenho com o Daniel. Tenho só duas fotos com ele, e uma tinha uns dez seguranças. Para o DVD, tenho depoimentos de Raul Gil, Sérgio Mallandro, Daniel, mas não consigo o Gugu de jeito nenhum. Não tem como, é muito blindado. Mas tem bom coração, me ajudou muito, consegui gravadora graças a ele. O tempo vai fazer as coisas acontecerem", torce.