Dor, cansaço e júri carrasco: campeões alertam famosos do novo "Dancing"
O que é preciso para vencer o "Dancing Brasil"? Esta é a principal dúvida dos 15 participantes da terceira temporada do reality show, que estreia nesta quarta-feira (17). Para responder a pergunta, ninguém melhor do que os campeões das duas edições anteriores, Maytê Piragibe e Yudi Tamashiro. Para eles, os novos competidores deverão lidar com as dores e o cansaço dos ensaios diários, além das críticas fortes do júri.
Vencedor da segunda temporada, Yudi conheceu os concorrentes do novo "Dancing" durante a gravação da abertura, na ponte Estaiada, em São Paulo, e foi muito abordado pelos artistas que queriam saber a "fórmula campeã".
"Todos me perguntaram segredos e dicas para ganhar o reality. No 'Dancing Brasil', você precisa dedicar sua vida totalmente a ele, diferentemente de outros realities. Independentemente da profissão, você tem que parar todas as suas atividades e viver o 'Dancing'", orienta Yudi, que se surpreendeu com o desempenho dos novos participantes.
"Vi todos dançando na abertura e percebi que o nível está mais alto. Como o passar das temporadas, os artistas entendem o que funciona e o que não funciona. Como agora sou telespectador, espero ver danças boas. Estou muito ansioso", espera.
Quem também não tinha experiência com dança era Maytê Piragibe, mas ela superou o favoritismo de Sheila Mello e tornou-se a primeira campeã do reality de Xuxa na Record. Para a atriz, os atuais competidores devem transformar o programa como um meio de superação e aproveitar ao máximo a experiência do professor, como aconteceu entre ela e Paulo Victor --a química foi tão grande que Xuxa desconfiou de um suposto romance entre os dois.
"O que me fez ganhar foi focar muito no meu parceiro, na nossa magia, na nossa arte. Independentemente do resultado, acho que o processo é mais importante, é muita concentração, é superar suas dores, ainda mais quem não é atleta e não treina, que era o meu caso. Essa atmosfera, para mim, era o mais valioso, e acredito que o Paulo e eu conseguimos. Doação, disponibilidade e se blindar de qualquer energia externa", aconselha.
"Pensei em desistir"
Quem quiser vencer o "Dancing Brasil" como Yudi precisará se esforçar como ele, que estudava o dia inteiro: cinco horas de ensaios com a professora Bárbara Guerra e o restante do tempo assistindo a vídeos de coreografias na internet. Mesmo acostumado a se machucar com a dança, o apresentador sofreu com dores e escondeu uma contusão durante o reality.
"No começo, eles acharão tranquilo, e realmente é, mas quando tiver duas coreografias em uma semana terão que decorar tudo. No meio da temporada, corpo e cabeça ficam exaustos. Sempre ficamos com dor. Estirei minha virilha nos bastidores do 'Dancing'. Não quis divulgar porque tinha medo das pessoas me chamarem de 'coitado'", revela Yudi.
Outros casos mais sérios foram acompanhados pelos telespectadores. Juliana Silveira foi eliminada na primeira temporada após fraturar dois ossos e estirou um ligamento do pé. Theo Becker precisou operar o joelho e deixou a segunda edição. Maytê Piragibe pensou em desistir após contrair um vírus.
"Na metade do processo, o mais difícil foi a questão da saúde. Meu metabolismo é muito acelerado. Com a alta quantidade de treinos, ensaios e exercícios, fiquei muito abaixo do peso, com 39 quilos, e tive uma infecção, rotavirus. Passei muito mal e pensei várias vezes em desistir. No domingo, estava com soro na veia, na emergência. Na segunda, eu me apresentei ao vivo, aprendendo o último passo no próprio dia", recorda.
Júri carrasco e críticas
Outro desafio para os novos participantes é lidar com os jurados, que não perdoam nos comentários. Paulo Goulart Filho, Fernanda Chamma e Jaime Arôxa já fizeram artistas chorarem e discutiram até com Xuxa Meneghel. Yudi recomenda aos novos participantes absorverem as críticas para melhorar na competição.
"Entrava no palco imaginando o que os jurados iriam falar. Mas via que os outros participantes se abalavam muito com as notas e os comentários. Esse é o grande desafio: ouvir o que os jurados estão falando e trazer de uma forma positiva. Os jurados estão ali para criticar mesmo, mas para evolução. Que nesta temporada eles não se abalem", afirma.
Para Maytê, o júri criticou mais na primeira temporada, mas deu notas mais baixas na segunda. A atriz acredita que a exigência dos jurados a ajudou a crescer na competição.
"Lidar com críticas é sempre transformador, o mais importante é não levar para o pessoal, e sim como motivação interna para a evolução. Claro que o processo comparativo é horrível, quando a gente percebe que existe um certo favoritismo. Éramos muito exigidos. Devo meu prêmio ao júri, porque foram tão exigentes que o público não aceitava. Só que o júri é profissional e está ali para estimular o nosso melhor", analisa.
Vida após "Dancing"
Maytê Piragibe investiu os R$ 500 mil que ganhou da Record (menos os impostos) no futuro da filha, Violeta, de 7 anos. Após o "Dancing", ela deixou a Record depois de 12 anos na emissora e se considera hoje "atriz bailarina". Em 2017, ela participou do primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix, "O Matador".
Yudi tornou-se evangélico antes do "Dancing", mas só revelou ao público após vencer a competição. O apresentador, que tem um programa na Record News, transformou sua carreira após o reality: foi selecionado para concorrer no Juste Debout, campeonato mundial de dança, na França, ensina dança pela internet e em workshops pelo Brasil e deixou de ser apenas o garoto que dava "PlayStation" no "Bom Dia & Cia.", do SBT.
"Minha equipe fez uma pesquisa, e o pessoal deixou de falar do 'PlayStation' para mandar mensagens de orgulho, felizes com meu trabalho. Não que eu não gostasse, mas atingi uma outra etapa da minha vida", celebra.
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