"A Globo não engole 'A Praça É Nossa'", diz Carlos Alberto de Nóbrega
Carlos Alberto de Nóbrega falou sobre a carreira em entrevista ao canal de Leda Nagle no Youtube. O humorista, que ganhou de Rodrigo Faro sua festa de casamento, mostra sua paixão por "A Praça É Nossa" e diz qual a relação da Globo com o programa, que chegou a se chamar "Praça da Alegria" e foi exibido na emissora entre 1977 e 1978.
"A Globo não engole a 'Praça'. Quase toda semana a 'Praça' fica meia hora, 40 minutos em primeiro [lugar]. Quando acaba a parte séria e entra a de humor da Globo, a gente ganha", comemora, dizendo que a passagem por lá nos anos 70 foi conturbada.
"A 'Praça' começou em 1956 e teve uma paradinha quando meu pai [Manoel de Nóbrega] morreu. Quando meu pai ficava doente ou viajava, eu ficava no banco", recorda, lembrando que Roberto Marinho pediu sua contratação, mas colocou Luís Carlos Mièle no lugar que era de seu pai.
"Eu sofri muito, achava que o banco era meu por direito. O Boni [diretor da Globo na época] disse: 'Não, você não vai sentar no banco porque, se for um fracasso, acaba sua carreira, [dirão] teu pai era bom, você era ruim. Se der certo vão dizer que você pegou o bonde andando'. Eu tinha uns baús enormes com todos os textos, botei fogo em tudo aquilo".
Ele critica o humor feito pela concorrente. "A Globo terminou com o Chacrinha, a Dercy [Gonçalves, que também teve programa de auditório], depois não conseguiu fazer mais nada popular. O 'Zorra' tem mais redator que comediante. E 'Os Trapalhões' não é mais o que era, depois que morreram os dois [Mussum e Zacarias], acabou. Não tive coragem de ver [a nova versão]".
Carlos Alberto conta ainda como driblava a censura nos tempos de Ditadura Militar. "A censura era local, a [programação da TV] Tupi era gerada em São Paulo. Alguém teve a ideia de mandar para ser censurado no Rio, porque começaram a cismar com mulher de perna de fora ou de maiô. Decidiram: 'vamos mandar pra lá porque a mulher do censor vai para a praia de maiô, para o supermercado de bermuda... Aqui em São Paulo] a mulher do censor era professora primária".
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