"Forte e terrível": José Padilha e Enrique Diaz lamentam morte de Marielle
O cineasta José Padilha, diretor de "Tropa de Elite", lamentou o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, durante evento no Copacabana Palace para o lançamento da série "O Mecanismo", dirigida por ele e produzida pelo Netflix.
Marielle era socióloga e foi eleita vereadora da Câmara do Rio com 46.502 votos -foi a quinta mais votada. Há duas semanas, ela assumiu a função de relatora de uma comissão parlamentar para acompanhar a intervenção federal no Rio. No último sábado (10), ela denunciou uma ação de PMs do 41º BPM na Favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante a abordagem a moradores.
O possível atentado contra Marielle, a principal hipótese para o crime é execução, remete à continuação de "Tropa de Elite", que mostra o crescimento dos conflitos entre os policiais e as milícias do Rio. Logo no início do longa, coronel Nascimento (Wagner Moura) é abordado, enquanto dirige seu carro, por outro veículo com homens armados que atiram contra ele.
"O que aconteceu ontem foi algo terrível. Em 'Tropa de Elite 2', o Nascimento sofreu atentado de outros policiais. Não dá para confirmar que foi isso que aconteceu com ela. De tempos em tempos, existe uma grande tragédia que marca o problema de segurança pública do Rio de Janeiro. Teve a Candelária, o caso Tim Lopes, o ônibus 174...", listou Padilha.
Foram inevitáveis as perguntas sobre o caso Marielle, mas ele evitou se aprofundar no assunto. O cineasta mora atualmente no Estados Unidos e disse que voltaria a viver no Rio.
"Já falei o que queria falar sobre segurança pública. Na época do 'Tropa 2', eu falei que a UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] não ia resolver o problema. A intervenção militar também não vai resolver", completou.
Enrique Diaz está no elenco da série e foi a primeira pessoa a se manifestar sobre a morte de Marielle. O ator lamentou não poder participar da manifestação de artistas, que aconteceu nesta tarde na escadaria do Theatro Municipal, no centro do Rio.
"O que aconteceu com a Marielle foi muito forte e terrível. Torço para que isso engatilhe reações contra esse mundo pesado militar que está se desenhando. Adoraria estar nas manifestações de hoje, mas estou cumprindo essa agenda de trabalho".
Morador do Rio de Janeiro, Enrique criticou a intervenção militar no Rio de Janeiro. "É uma farsa, uma jogada de pôquer".
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