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Cena de tentativa de estupro em série fez Alice Wegmann chorar: "Marcante"

Após confrontar Pedro (Alexandre Nero) e fugir, Maria sofre tentativa de estupro em "Onde Nascem os Fortes" - Divulgação/TV Globo
Após confrontar Pedro (Alexandre Nero) e fugir, Maria sofre tentativa de estupro em "Onde Nascem os Fortes" Imagem: Divulgação/TV Globo

Gisele Alquas

Do UOL, em Lajedo do Pai Mateus (PB)

01/05/2018 13h30

A cena que Maria (Alice Wegmann) sofreu tentativa de estupro pelo segurança de Pedro, em Onde Nascem os Fortes”, foi a mais marcante da carreira de Alice Weggmann, segundo a atriz. No episódio, que foi ao ar nesta segunda (30), Jurandir (Rodrigo Garcia) imobilizou Maria entre os sacos de bentonita da fábrica do patrão e tentou estuprá-la. Maria conseguiu se desvencilhar e matou o agressor com um golpe na cabeça.

A intensidade das sequências, gravadas no dia 3 de novembro, dia do aniversário da atriz, fez com que ela se emocionasse ao ponto de chorar após as gravações, que aconteceram durante o funcionamento normal da fábrica de bentonita, a maior da América Latina, que fica em Boa Vista, no sertão da Paraíba.

“A gente gravou com aquela poeira toda, com caminhão passando. Foi muito desgastante, mas também a mais marcante e emocionante para mim. Durante a cena, eu corri muito e depois de gravar foram me buscar de carro. Quando voltei para o set, o Zé [José Luiz Villamarim, diretor] estava de braços abertos. Nos abraçamos e choramos muito juntos. Nosso trabalho é isso. Essa cena mostrou tudo que a gente viveu nesse lugar”, contou Alice em entrevista ao UOL durante as gravações da série, em Lajedo do Pai Mateus.

Maria sofre tentativa de estupro na fábrica de bentonita - Reprodução/TV Globo  - Reprodução/TV Globo
Maria sofre tentativa de estupro na fábrica de bentonita
Imagem: Reprodução/TV Globo

A atriz define Maria, sua primeira protagonista, como uma “mulher forte, sem medo”, uma verdadeira “cangaceira do sertão moderno” - que nem de longe lembra as mocinhas indefesas de novelas. Na história, a personagem descobriu que o empresário Pedro havia brigado com seu irmão gêmeo, Nonato (Marco Pigossi) no dia em que ele desapareceu. Ao confrontar o empresário com um revólver, Maria atirou acidentalmente em Joana (Maewe Jinkings), correu desesperada e teve um embate corporal violento com Jurandir. Paralisada e chorando muito, ela ficou na mira de outro capanga de Pedro que estava prestes a atirar, mas foi rendido por Hermano (Gabriel Leone). Maria fugiu.

“Ela perdeu completamente o controle, a chamamos de ‘coração em movimento’. Depois a Maria vai armar um bando com Simplício (Lee Taylor) e Mudinho (Démick Lopes). Ela nunca imaginou que estaria vivendo isso. É uma heroína feminista que peita o machismo e o assédio”, define a atriz, que foi muito elogiada no Twitter pela sequência angustiante das cenas. 

De autoria de George Moura e Sergio Goldenberg, e direção de José Luiz Villamarim - mesmo trio de “Amores Roubados” (2014) e “O Rebu” (2014) -, “Onde Nascem os Fortes” gira em torno da busca desenfreada de Maria e a mãe, Cássia (Patrícia Pillar), por Nonato.

“Durante toda essa trajetória, a Maria vai virar outra pessoa. Mesmo que acidentalmente, ela atirou em uma pessoa e matou outra. A história da Maria é um momento muito especial para mim por conta da força da mulher, do feminismo que traz esse poder para as mulheres. Ela me encanta muito”, contou Alice Wegmann, que recebeu o convite do diretor para viver a heroína da série dias antes de começarem as gravações.

“Falei para o Zé que largava tudo para fazer a personagem. Não tive preparação, fui lendo os capítulos no avião, tudo muito rápido. Mas essa foi a melhor forma de viver a Maria. É meu oitavo trabalho na Globo e, sem dúvidas, o que me deixou mais conectada. É muito desgastante emocionalmente, a gente não mede o esforço que estamos fazendo e cheguei até a ter queda de pressão. A gente quer fazer o melhor o tempo todo e todas as cenas são difícieis e exigem muito da gente”, enfatiza Alice, que elogia a parceria com Patrícia Pillar, com quem já trabalhou na minissérie “Ligações Perigosas” (2016).

“Chegar aqui na correria, no susto e ter a Patrícia me deixou mais confortável e segura. Ela é muito parceira, carinhosa e cuidadosa”, diz Alice Wegmann, que vem se destacando como uma das melhores atrizes de sua geração