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Com mais funcionários que SBT, Ratinho compra rádio e cresce império em SP

O apresentador Ratinho comemora 20 anos de sua estreia no SBT - Gabriel Cardoso/SBT
O apresentador Ratinho comemora 20 anos de sua estreia no SBT Imagem: Gabriel Cardoso/SBT

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

12/09/2018 04h00

Depois de comemorar 20 anos de SBT, Ratinho pensa no futuro. Não como apresentador, profissão considerada por ele uma diversão, mas como empresário. Carlos Massa, nome de batismo do animador, tem um império empresarial no Paraná com 3 mil funcionários, mais até do que a emissora de Silvio Santos (2,3 mil). Agora, quer expandir seus negócios em São Paulo.

Além de comandar seu programa diário no SBT, Ratinho mantém dezenas de negócios, de canal de TV a fábrica de vinhos. No Paraná, estado onde se lançou como apresentador, é dono de cinco emissoras de televisão e 28 de rádio que levam seu sobrenome (Rede Massa e Massa FM). O próximo passo será adquirir uma rádio para entrar no mercado paulista.

"Tocar televisão é muito difícil e caro. Quero parar onde estou, mas quero crescer na rádio FM. Estou com 28 rádios e quero comprar uma em São Paulo. Na hora em que aparecer uma no preço, eu compro. Quero a Estadão, porque em documentação é perfeita, mas se for muito cara eu não posso comprar", planeja Ratinho, em conversa com jornalistas nesta terça-feira (11), no SBT.

Desde 18 de março de 2017, a rádio Estadão FM (92,9 MHz) está arrendada para a igreja Comunidade Cristã Paz e Vida. Ratinho se inspira no bilionário Bill Gates, criador da Microsoft, para aumentar seu império. "Perguntaram para ele se o rádio iria acabar. Ele respondeu: 'Se a internet acabar, o rádio vai noticiar'", diz o apresentador.

Bill Gates nunca confirmou a autoria da frase. Mesmo assim, Ratinho acredita que o rádio, como meio de comunicação tem futuro se tiver boa gestão e programação variada.

"Rádio FM tem muito espaço se você entendê-lo. Rádio não pode ser só um tocador de música ou um falador de notícia. Tem que ser um companheiro. Se não for, não sobrevive. Minhas rádios dão prêmios, tocam músicas, falam notícias, fazem fofocas. Ela é viva", explica. O animador e ouvinte critica a reformulação da rádio Globo e a "chatice" na Band News.

"A rádio Globo errou, na minha opinião, por querer achar que os meninos da televisão iriam fazer a rádio. Não vai fazer. Deveriam ter chamado Eli Corrêa, Paulo Lopes e fazer uma baita rádio. Escuto a Band News, sou fã, mas está ficando muito chata. O Reinaldo Azevedo é muito chato, dono da verdade. Não existe dono da verdade".

O apresentador Ratinho na sede do SBT - Gabriel Cardoso/SBT - Gabriel Cardoso/SBT
O apresentador Ratinho na sede do SBT
Imagem: Gabriel Cardoso/SBT

Avestruz: maior arrependimento

O "Ratinho empresário" também aparece na família. Para não se preocupar com herança, ele divide os lucros das empresas entre a mulher e os três filhos: "Fiz uma holding, 20% para mim, 20% para a Solange, minha mulher, 20% para o Rafael, 20% para o Gabriel e 20% para o Juninho. Nada que nós temos é nosso. Todos os carros, fazendas, tudo é da holding e é repartido".

Nem todos os negócios de Ratinho, entretanto, foram bem-sucedidos. "Fiz um monte de cagada", brinca. O apresentador desistiu de ter cabeças de gado após se emocionar com o choro de uma vaca separada de seu bezerro. Ele também se arrepende de ter criado avestruzes, um de seus piores investimentos.

"Todo mundo falava que avestruz seria a quarta carne. Comprei 90. E comeram até meu relógio! Ganhei um relógio do meu grande amigão Leonardo, brilhante, lindo. Um avestruz deu uma bocada e comeu o relógio! Fiquei esperando aquele filho da puta cagar meu relógio uma semana e não cagou!", relembra, às gargalhadas.

Satisfeito com o resultado comercial do "Programa do Ratinho" --que divide os custos em sociedade com Silvio Santos--, o animador comemora todas as cotas de patrocínio já negociadas, mas teme como empresário o resultado das eleições presidenciais. Amigo de Geraldo Alckmin e admirador de Alvaro Dias, ele diz que não decidiu seu candidato.

"Meu programa, graças a Deus, está vendido até fevereiro do ano que vem. Não estou muito preocupado, mas vejo as empresas indo muito mal. Temos alguns candidatos que, se ganharem, o Brasil começa a melhorar dois meses depois. Outros, os empresários de fora que investem aqui vão esperar. Outros, os caras não vão vir de jeito nenhum. Se a Marina [Silva, candidata da Rede] ganhar, o empresário não vem ao Brasil. Tem medo porque ela demora para tomar decisão. Não estou dizendo que ela é uma má presidente."