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Marcelo Adnet revela ameaças por sátiras a candidatos na eleição: "Dá medo"

Marcelo Adnet - Reprodução/Globo
Marcelo Adnet Imagem: Reprodução/Globo

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

11/10/2018 07h42

Adnet fala das ameaças que recebe por causa da eleição: "Dá medo"

Marcelo Adnet contou como lida com a onda de ódio que cresce entre parte da população nesse período de eleições. No "Conversa com Bial" de quarta-feira (10) o ator, que gravou uma série de vídeos imitações dos candidatos à presidência no primeiro turno, revela que recebeu ameaças.


"Tive retorno de todo tipo: tem gente que adorou, odiou, me ameaça de morte, de beijo... Disseram que o 'Adnet bandido da Globolixo fez um áudio para incriminar o candidato Jair [Bolsonaro]', e não era eu", diz, referindo-se ao episódio ocorrido no fim de setembro, no qual precisou desmentir a fake news.

"Ouvi o áudio e falei 'não compartilhem, que isso é falso'. A notícia correu, alguém fez um meme, botou minha cara, aí os comentários dessas postagens eram: 'vou te dar um tiro de 12 na cara', 'quando você vier na minha cidade vou te jogar merda', 'vou te bater, te pegar'. A gente sabe que a maioria são palavras ao vento, mas aquele 1% vagabundo dá medo".

Ele comenta o momento crítico de intolerância pelo qual atravessa o país. "As pessoas estão morrendo de verdade pelas suas opções, suas atividades. Hoje o comediante não pode atuar com tranquilidade, tem que ter medo, pois ele é xingado, ameaçado. Um clima muito ruim para a democracia, pois não podemos exercer nossa profissão com tranquilidade. Humor dá problema, né?".

Imitações

Adnet diz como fez para pegar os trejeitos de cada candidato. "Tive que assistir muito eles para imitar. As pessoas se ligam muito mais nos símbolos, interessa muito mais o tapa na mesa do que a palavra. Tiveram três que gravei no susto, sem pensar muito: Ciro [Gomes], Bolsonaro e Eduardo Paes [candidato a governador do Rio]"

Os outros descobri fazendo, foi muito bom para mim. Ciro e Marina [Silva] replicaram em suas redes. Os mais difíceis foram [Fernando] Haddad, que é contido, neutro, e [Cabo] Daciolo, que é um personagem pronto. O mais fácil foi o Álvaro Dias, não entendo o que ele fala", diverte-se.