Eleição de Fogaça para síndico tem tumulto, ação judicial e polícia
Uma eleição com tumulto, ação judicial, polícia na porta e troca de acusações por suposta fraude. Se o clima em todo país já está acirrado, não foi diferente na votação para eleger Henrique Fogaça síndico do condomínio Baronesa de Arary, edifício da Avenida Paulista onde o chef mora.
Representante do grupo de Fogaça, o advogado Márcio Rachkorsky, especialista em condomínios do "SPTV", da Globo, entrou com uma ação na Justiça pedindo o cumprimento da convenção de condomínio. Conseguiu uma liminar (decisão provisória), expedida na mesma quinta, para garantir a realização do pleito.
Condôminos ouvidos pelo UOL relataram que, ao chegar ao local da assembleia, o Royal Jardins Hotel, se depararam com cerca de 20 seguranças na porta e com a informação de que a reunião teria sido cancelada. Houve bate-boca e a polícia foi chamada ao local.
"Nos meus 30 anos de carreira, nunca vi algo tão surreal e tão brutal como o que ocorreu ontem à noite", disse Rachkorsky. "A gente chegou ao hotel e se deparou com cerca de 20 seguranças na porta. Um rapaz, que se dizia o síndico, disse que a assembleia havia sido cancelada, que lá não tem democracia e era ele quem mandava. Teve muito bate-boca".
Em seguida, o grupo formado por 80 condôminos decidiu improvisar a assembleia na praça Alexandre de Gusmão, também na região da Avenida Paulista, sob garoa fina. Uma escrevente registrou a nova ata.
Com isso, os condôminos elegeram, por unanimidade, Henrique Fogaça como o síndico, além de um novo subsíndico e 7 conselheiros.
De acordo com Rachkorsky, a partir de agora, a nova administração do condomínio irá comunicar à Justiça se houver descumprimento da liminar e expedir um ofício ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia, já que, segundo os condôminos, parte dos seguranças que barraram a entrada seriam policiais.
O UOL procurou a atual administração do prédio, que ainda não se pronunciou.
Campanha turbulenta
Há três anos, o chef e jurado do "MasterChef" mora no edifício, que possui três blocos e tem capacidade para abrigar até 3 mil moradores. Em 2013, a eleição para síndico já havia sido marcada por bate-boca entre dois grupos rivais. Um deles registrou boletim de ocorrência.
No panfleto de sua campanha, Fogaça dizia que sua proposta inicial era "reduzir o valor da taxa de condomínio e otimizar a utilização dos recursos". O chef também prometeu abrir mão do salário de R$ 10,7 mil de síndico em troca da isenção da taxa de condomínio mensal.
Ao UOL, Fogaça criticou a atual administração do prédio, que se reveza no comando do Baronesa de Arary há 18 anos.
"Pelo número de pessoas, dá para diminuir o valor do condomínio e aproveitar melhor as dependências do prédio. A administração não cuida muito desse lado. São melhorias. É renovando, porque tudo tem começo, meio e fim. Já temos uma administração de 18 anos. É preciso 'sangue novo'", disse ele.
Caso se mantenha no cargo, Fogaça acumulará as funções de síndico, chef, empresário (ele é sócio de três restaurantes em São Paulo) e jurado do "MasterChef Brasil".
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