"Todas as novelas rendem processos", diz Aguinaldo Silva após polêmica
Aguinaldo Silva comentou a polêmica envolvendo seu ex-aluno Silvio Cerceau, que que reivindica a coautoria de "O Sétimo Guardião na Justiça. O autor afirma que foi ele quem moveu um processo contra o aluno por causa de quebra de uma cláusula de confidencialidade.
"Isso é um caso que está sub judice. Na verdade, não existe nenhum processo de nenhum aluno contra mim. Eu é que estou processando um aluno. Eu não posso falar sobre isso, porque é um caso que está na Justiça. Mas queria deixar bem claro isso. Não existe nenhum aluno me processando", disse na entrevista coletiva de "Sétimo Guardião", nesta terça (20) nos Estúdios Globo, no Rio.
O autor afirma que são comuns processos judiciais envolvendo teledramaturgia. "Todas as novelas rendem processos. São processos que correm em segredo de Justiça como deve ser. Neste caso, como a pessoa rompeu o contrato de confidencialidade que assinou comigo, eu resolvi processá-lo. É o único processo que existe."
Ao UOL, o advogado de Silvio, Bruno Cunha, confirmou que existe sim um processo de Aguinaldo contra seu cliente e explicou que entrou com uma ação também.
"O Silvio notificou extrajudicialmente o Aguinaldo, reivindicando os direitos morais e autorais da sinopse de 'O Sétimo Guardião'. Em resposta a essa notificação, o Aguinaldo entrou com uma ação contra o Silvio. Em matéria de defesa, entrei na contestação com outro procedimento que chama reconvenção, que é um contra-ataque, uma ação, dentro de outra ação", disse o advogado.
Silvio também confirmou que a ação existe na Justiça em que ambos são réus e autores.
"O Aguinaldo Silva está mentindo, existe processo contra ele sim, é um processo dentro do processo que ele abriu contra mim, fiz uma reconvenção, onde processo ele. O processo que Aguinaldo Silva abriu contra mim não é de quebra de confidencialidade. Foi uma estratégia dele porque eu o notifiquei extrajudicialmente e ele não respondeu a minha notificação", disse.
"Enquanto meu advogado montava o processo, ele, de uma forma estratégica abriu um processo contra mim para anular o contrato que ele tinha assinado comigo, alegando que ele tinha tirado o personagem, que nós fizemos só exercícios de novela antiga. Não sei de onde tirou isso que ele está me processando por quebra de confidencialidade porque a única que eu tinha com ele é de não revelar a sinopse da novela e isso eu nunca fiz", completou o ex-aluno.
Aguinaldo se defende afirmando que era o professor de uma turma com 26 alunos. "Tenho na Globo 150 roteiristas que posso chamar de colaboradores, o que fiz foi um curso, eu era o professor e eram os alunos. Então acho que houve um certo exagero nestas declarações. As pessoas estavam lá para aprender comigo, pagaram por isso. Então não podem dizer: 'Nós fizemos tudo'. E o professor ficou sentado só escutando?"
"Essa história tem alguma coisa aí que não combina e depois são 26 alunos, por que só um diz isso? Mas não posso falar sobre isso", completou.
Aguinaldo disse que não sabe quais os créditos aparecerão na abertura da próxima novela das nove.
"A novela não é minha, é da rede Globo. Quem decide o que vai ou não sair nos créditos é a Globo e eu acatarei o que a emissora decidir. Não sou eu que decido", finalizou.
De acordo com o advogado de Silvio, o autor pede uma indenização de R$ 300 mil ao ex-aluno por danos morais em relação a sua honra. Já seu cliente, cobra na Justiça R$ 2,5 milhões de indenização por danos morais em relação à obra e danos materiais.
"Eu falo inclusive em relação à venda para a Globo, gira em torno de cinco milhões. O Silvio tem essa informação, que a Globo pagou em torno de R$ 5 milhões para Aguinaldo Silva para comprar a obra".
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