Trans do Miss Bumbum, Paula diz ter sido discriminada por rivais
Primeira finalista transexual do Miss Bumbum, a modelo e dançarina Paula Oliveira, de 27 anos, quer mais do que o título do concurso, que anunciou sua última edição na próxima segunda (5), em São Paulo. A participante afirma que sua vitória, se confirmada, será uma importante conquista na luta contra o preconceito.
"É uma honra mostrar para todo mundo que nós trans somos iguais a todos. Não tem diferença. Tem que quebrar esse tabu, que ainda existe, embora já tenha melhorado bastante", reconhece.
Paula diz ter se sentido discriminada por outras participantes durante os três meses do concurso: "Meninas não me cumprimentavam, passavam reto por mim. Parecia que eu era invisível. Era por eu ser trans e concorrer com elas", acredita.
A indiferença, no entanto, não era de todas as concorrentes. "Acho que duas ou três se sentiram ameaçadas pelo fato de eu ser uma trans bonita. Elas ficam com o pé atrás e se sentem meio assim: 'Ah, eu que sou mulher de verdade'. Na minha cabeça, me sinto igual a todas. Não sou melhor do que ninguém".
Além de quebrar tabus, Paula acredita reunir os atributos para conquistar o título. "A minha bunda é bem bonita. Não tem celulite, estria... Faz bastante sucesso", diverte-se ela, que possui 117 cm de bumbum e tem como ídolo Andressa Urach, vice-campeã do concurso em 2012.
Apoio a Bolsonaro?
Na primeira fase do Miss Bumbum, a dançarina chegou a manifestar apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (PSL), mas mudou de opinião após críticas que recebeu nas redes sociais.
"Mudei de candidato depois que realmente vi as propostas políticas da sua campanha e devido ao posicionamento dele, que eu não concordo. Achei que meu apoio precoce não me levaria para a final", afirmou ela, que afirma "não gostar de política".
Apoio da família para mudança
Paula Oliveira será a representante do estado de Amazonas no Miss Bumbum 2018, mas na verdade a modelo é de Porto Alegre (RS). Ao lembrar de sua criação, ela conta que o apoio do família foi importante para que conseguisse se reconhecer como mulher trans.
Ela se submeteu à cirurgia de redesignação sexual após um processo que levou cerca de três anos. "O meu pai me falou sobre a cirurgia. Ele disse que o SUS estava operando", conta.
Paula diz que sempre se sentiu incomodada com o corpo que nasceu e relata que já na infância demonstrava sinais de que era transexual.
"A minha mãe falava que com 3 anos eu já queria usar saia, roupa de mulher. Sempre que eu ia tomar banho eu me via pelada, via meu órgão genital masculino e pensava: 'Isso não é para mim, preciso mudar de sexo'", lembra. Hoje, se diz totalmente satisfeita com a aparência: "Foi um sonho realizado".
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