Atores de nova novela das 21h negam racha na classe artística após eleição
O resultado da última eleição ainda é um assunto espinhoso para a classe artística, principalmente depois que boatos dão conta da existência de uma suposta divisão entre eles e até uma pressão por recusa a trabalhar ou deixar de convidar ex-colegas que declararam apoio ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Na festa de lançamento da novela "O Sétimo Guardião", na noite desta quinta-feira (8), no Rio, enquanto muitos atores do elenco da próxima novela das 21h se concentraram somente nas perguntas sobre a trama e respectivos personagens, alguns não se importaram com a questão e rechaçaram a ideia de um possível "racha".
"Isso não existe e nunca existiu. A classe artística sempre foi democrática. Todo mundo se conhece e se respeita. Você pode não concordar com um ou outro pensamento, mas apontar o dedo, jamais. E tem mais: Quem hoje em dia recusa um trabalho? Quem fecha uma porta? Só louco mesmo", afirmou Paulo Betti.
Um dos atores centrais da novela de Aguinaldo Silva, Tony Ramos, também negou a divisão e defendeu o direito de escolha das pessoas. "Cada um tem o direito de apoiar um candidato A ou B. Eu nunca subi em um palanque, nunca fui partidário e é muito fácil alguém vir e me acusar de 'ser em cima do muro', mas eu sou um ser político, que não uso a minha notoriedade para fazer política", comentou Tony Ramos, que pediu mais respeito e tolerância às diferenças.
"Quem ganhou ganhou por votação popular e temos que respeitar. Temos que respeitar sempre o outro em qualquer setor da sociedade. Como cidadão que vivo no meu país, não tenho casa no exterior, pago os meus impostos e vivo do meu trabalho. Quero um Brasil melhor para todos", completou o veterano.
"Eu não estou nessa caça às bruxas, mas todos nós temos um posicionamento e até agora eu não tenho visto ninguém que é a favor desse governo. Existem vários artistas que são ligados aos partidos, fazem política e militam por uma causa. Eu, por exemplo, milito pelo movimento negro e o que nos assusta é que estamos caminhando para um Estado que não é democrático e esse é um pensamento dentro do grupo unânime. " disse Ailton Graça.
Dan Stulbach jurou que não percebeu nem ouviu nenhum comentário sobre a divisão entre os artistas, e resumiu: "Se isso está acontecendo, que seja passageiro. Intolerância em qualquer situação já não cabe mais".
Artistas "antibolsonaristas"
Segundo o colunista do UOL Ricardo Feltrin, artistas ditos de "esquerda", "antibolsonaristas", estão pressionando colegas acima e abaixo na hierarquia a se recusar a trabalhar ou deixar de convidar ex-colegas que declararam apoio ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Não foi apenas Regina Duarte que se tornou "radioativa" no Projac. Cantores e cantoras bolsonaristas também.
Ainda de acordo com o colunista, atores e atrizes que estão sendo chamados para as próximas produções da emissora, por exemplo, exigem saber antes quem serão os colegas de elenco. Dizem que não querem contracenar com "fascistas".
Na área de shows, Márcio Garcia está no olho do furacão no Projac, desde que apareceu em foto beijando o então candidato do PSL.
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