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Repórter da Globo nos EUA, Fabio Turci volta ao Brasil após quatro anos

O jornalista Fabio Turci, correspondente da Globo nos Estados Unidos - Reprodução/TV Globo
O jornalista Fabio Turci, correspondente da Globo nos Estados Unidos Imagem: Reprodução/TV Globo

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

02/01/2019 20h30

Correspondente da Globo nos Estados Unidos, Fabio Turci está de malas prontas para voltar ao Brasil. O jornalista anunciou o término de seus trabalhos no país norte-americano, onde viveu desde 2014. Em sua rede social, o repórter relembrou suas coberturas mais marcantes e reafirmou a importância do jornalismo e o orgulho de exercer a profissão.

"Foram 4 anos, 3 meses e 13 dias como correspondente da Globo nos EUA. Estive em mais da metade dos 50 estados americanos. Viajei para cidades como Washington, Los Angeles, San Francisco, Chicago, Boston, Las Vegas, Filadélfia, Atlanta, Detroit, Dallas, Miami, Nova Orleans, Memphis, Nashville, Selma", escreveu Turci.

"Termino minha jornada realizado, mas não consigo me imaginar um 'ex-correspondente'. As experiências me transformaram para sempre --e reforçaram convicções. Volto ao Brasil ainda mais apaixonado pela minha profissão, consciente da nobreza e do potencial transformador do jornalismo e disposto a trabalhar por ele e por quem precisa. Que alguns digam o contrário, que neguem os fatos, a História, a ciência, só reforça o quanto o jornalismo é vital. Bato no peito e digo: sou jornalista com muito orgulho", concluiu.

Turci é mais um correspondente que a Globo "repatria". Nos últimos cinco anos, a emissora trouxe de volta Rodrigo Bocardi, Roberto Kovalick e Márcio Gomes, que atualmente apresentam telejornais em São Paulo.

O jornalista, que completará 44 anos em fevereiro, entrou na Globo em 2003. Começou em Bauru, São Paulo, mas emplacou reportagens e coberturas nos principais telejornais da emissora, como o acidente aéreo que matou 199 pessoas, em 2007, o sequestro da menina Eloá, em 2008, e a vinda do papa Francisco ao Brasil, em 2013.

DESPEDIDA E RECOMEÇO Foram 4 anos, 3 meses e 13 dias como correspondente da Globo nos EUA. Estive em mais da metade dos 50 estados americanos. Viajei pra cidades como Washington, Los Angeles, San Francisco, Chicago, Boston, Las Vegas, Filadélfia, Atlanta, Detroit, Dallas, Miami, Nova Orleans, Memphis, Nashville, Selma. Quando um covarde entrou atirando numa boate LGBT em Orlando, vi uma comunidade arrasada, mas que se abraçou pra ficar de pé. Quando outro covarde matou 58 pessoas num show em Las Vegas, vi gente depositando flores pra fazer selfies e aparecer na TV. Quando outro desses covardes matou 8 pessoas numa ciclovia de Nova York, ele se acidentou na esquina da minha casa. Ainda vi tragédias naturais, como a do furacão Irma. Mas não foram só desgraças. Conheci o maior exemplo de amor ao próximo que já testemunhei: Mohamed Bzeek, imigrante da Líbia, que adota crianças sem família em estado terminal pra dar a elas amor de pai no tempo que lhes resta. E, falando em amor ao próximo, também segui caminhos por onde passou Martin Luther King Jr. Cruzei a ponte em Selma onde ele e outros bravos marcharam pelo direito ao voto dos negros. Estive diante do túmulo dele em Atlanta e no lugar onde foi assassinado em Memphis. Também vi de perto a eleição de Donald Trump. Voei num dos aviões da campanha dele. Vi gente vibrando com a ideia de fechar o país aos muçulmanos (e pensei muito nisso quando conheci o Mohamed Bzeek, de quem falei aí em cima). Entrevistei Will Smith, Harrison Ford, Mark Hamill, Gal Gadot, Denzel Washington, Roger Waters, Metallica, Ozzy Osbourne, Jon Bon Jovi. Cobri a Marcha das Mulheres, o Black Lives Matter, a ONU, o Papa Francisco, a cerimônia do Oscar. Termino minha jornada realizado, mas não consigo me imaginar um "ex-correspondente". As experiências me transformaram pra sempre - e reforçaram convicções. Volto ao Brasil ainda mais apaixonado pela minha profissão, consciente da nobreza e do potencial transformador do jornalismo e disposto a trabalhar por ele e por quem precisa. Que alguns digam o contrário, que neguem os fatos, a História, a ciência, só reforça o quanto o jornalismo é vital. Bato no peito e digo: sou jornalista com muito orgulho

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