Carla Vilhena diz que foi esquecida pela Globo e lembra pressão por cabelo
Um ano após pedir demissão da Globo, Carla Vilhena aproveitou a reviravolta na carreira para ficar com a família e também para se redescobrir profissionalmente. Aos 51 anos, a jornalista afirma que se sentiu "esquecida" e que sua saída, após mais de duas décadas em sua última passagem pela emissora, não aconteceu de uma hora para outra. Ela também afirmou que sofria pressão para cortar o cabelo, mas sempre se recusou e encontrava formas de continuar com o visual que gostava.
Segundo a apresentadora, sua saída foi planejada para que ela pudesse estar mais perto dos filhos em fase de vestibular e para ajudá-los a realizar o desejo de estudarem fora do país.
"Eu já estava no topo possível do que poderia atingir fazendo o 'Jornal Nacional' e como repórter do 'Fantástico'. Chega um ponto em que você pensa: 'O que eu quero além disso? Para onde eu vou?'. Achei que naquele momento no jornalismo eu tinha realizado tudo o que eu podia lá dentro", acredita ela, que começou como editora de imagem, em 1984, no primeiro período no canal. Em 1997, após passar por outras emissoras, a apresentadora retornou à antiga casa, de onde saiu apenas no ano passado.
Sem desafios profissionais à vista, Vilhena diz que ela e a Globo chegaram a um acordo para encerrar seu contrato, que teria uma renovação automática apenas em abril deste ano. A possibilidade de migrar para o entretenimento, como fizeram colegas como Patrícia Poeta e Fátima Bernardes, passou pela cabeça da apresentadora, que lamenta a "falta de interesse" da emissora em manter profissionais como Evaristo Costa e Daiana Garbin, que, após pedirem demissão, investiram em outras áreas.
"Seria um caminho bacana e que me animaria, mas realmente não rolou. O que eu vejo é que eles têm muitos talentos contratados, mas acredito que esqueceram de mim. Poderiam considerar pessoas para fazerem coisas diferentes. Não sou a única. Algumas pessoas que poderiam ser melhor aproveitadas tiveram que sair para acharem os seus espaços em outros lugares", afirma.
Depois que saiu da emissora, Vilhena se dedicou à criação de seu site, lançado nesta semana, que traz experiências pessoais em assuntos que vão de dicas de viagens a vida saudável, por exemplo. A jornalista também tem trabalhado como mestre de cerimônias, em media training de empresas e recentemente fechou o seu primeiro contrato publicitário, ainda mantido em sigilo. Atenta aos novos desafios, ela abriu suas primeiras redes sociais.
"Não tinha nenhuma rede antes de 2016. O meu Facebook era pessoal. Não via necessidade até aquele momento. Quando vi que poderia trabalhar de uma outra forma fora da TV ativei as redes sociais para abrir um campo e uma nova forma de me comunicar com as pessoas", explica ela, que criou uma agência com o marido, o advogado Carlos Monnerat, de quem é sócia, para gerenciar sua carreira.
"Pressão para cortar o cabelo era grande"
Carla Vilhena chamou atenção de fãs e seguidores nas redes sociais recentemente ao aparecer com os cabelos naturais, exibindo os fios brancos. No entanto, ela afirma que já havia deixado de pintar as longas madeixas há muito tempo, embora muitos telespectadores não tenham percebido.
"Quando começou o HD [alta definição] na TV, algumas pessoas descobriram que eu tinha fios brancos. Mas eu já não pinto o meu cabelo há quase 14 anos", garante. "Quem sabe no futuro, se eu achar que está ficando muito branco, eu resolva pintar? Não é uma bandeira. É apenas um apego ao meu cabelo natural. Hoje em dias as pessoas estão muito cheias de artificialismos e perderam um pouco a mão. Em qualquer lugar as pessoas estão com sobrancelhas totalmente iguais! Reajo um pouco contra a esse tipo de coisa", pondera.
Colorir os fios brancos não era um problema para apresentadora dentro da Globo. O que nem todo mundo sabe, no entanto, é que a emissora tinha restrições em relação ao comprimento de seu cabelo, que ela adora.
"A única coisa que me pediam era que eu cortasse, mas eu gosto de cabelão. De vez em quando eu ficava enganando, fingindo que o cabelo estava cortado, colocando para trás. Eu era um pouco rebelde", diverte-se a jornalista, que comemora poder ter o cabelo que quiser agora que trabalha para si mesma.
"Foi bem difícil manter o meu cabelo esses anos todos porque a pressão era muito grande para cortar. Agora ele está gigantesco", afirma.
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