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Irmã homenageia Rafael Miguel no dia em que ele faria 23 anos: "Dói demais"

Rafael Miguel e a irmã, Camilla - Reprodução/Instagram
Rafael Miguel e a irmã, Camilla Imagem: Reprodução/Instagram

Thaís Sant'Anna

Colaboração para o UOL

09/07/2019 11h54

Camilla Miguel, irmã de Rafael Miguel, que foi assassinado com os pais dos dois no dia 9 de junho em São Paulo, fez uma homenagem para o ator hoje, em que ele completaria 23 anos. Paulo Cupertino Matias, suspeito do crime -- pai de Isabela Tibcherani, namorada de Rafael -- segue foragido.

"Dia 9 de julho sempre foi dia de festa em casa. É seu dia, Rafa, e a gente aproveitava o feriado pra comemorar a sua vida e a do pai, com churrasco (com o melhor churrasqueiro) e bolo (da mais mão cheia). Por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. Uma dor tão absurda que chega a ser física. Mas, mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias. Me permitindo levantar, sorrir, sonhar, e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. Bons e justos. É nisso que tento me apegar", disse ela.

Camilla continuou, falando do coração bondoso que o irmão tinha e de como a família era unida.

"Hoje dói porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez, nosso bom dia diário com sessão de baba pela Mariá. Faz um mês dos dias mais escuros que vivi, e que ainda parecem mentira. 1 mês não se compara a uma vida de saudades e superação que vamos viver. Rafa, nosso canceriano mais canceriano de todos. Você tinha um coração tão bom. Era doce, respeitoso, sentimental. Era meu amigo, com quem dividi toda a minha infância, toda a primeira metade da minha vida fomos nós dois. E o vazio de não ter com quem relembrar tanto que vivemos dentro da nossa casa, no nosso dia a dia, é gigante. Nossa família era tudo pra você, e nunca deixou de demonstrar isso como sendo seus protegidos, sua prioridade. Amava de uma forma genuína que lhe dava coragem", declarou.

Por fim, ela relembrou diversos momentos que viveu com Rafael.

"Eu imploro para que a vida nunca me tire essas memórias que sobraram. Te amo, 'bigão'. Feliz 23 anos", completou.

Isabela, namorada de Rafael, também o homenageou com diversas fotos em que ele aparece ainda criança.

"Feliz aniversário, meu amor. Festa no céu. Aqui ainda dói para nós, mas fazemos de tudo para te orgulhar. Eu te amo", escreveu ela, que ainda reclamou do fato do assassino, que é seu pai, aliás, não ter sido preso. "Não podemos esquecer".

Leia o texto de Camilla na íntegra:

"Dia 9 de julho sempre foi dia de festa em casa. É seu dia, Rafa, e a gente aproveitava o feriado pra comemorar a sua vida e a do pai, com churrasco (com o melhor churrasqueiro) e bolo (da mais mão cheia). Por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. Uma dor tão absurda que chega a ser física. Mas, mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias. Me permitindo levantar, sorrir, sonhar, e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. Bons e justos. É nisso que tento me apegar. Hoje dói porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez, nosso bom dia diário com sessão de baba pela Mariá. Faz um mês dos dias mais escuros que vivi, e que ainda parecem mentira. 1 mês não se compara há uma vida de saudades e superação que vamos viver.

Rafa, nosso canceriano mais canceriano de todos. Você tinha um coração tão bom. Era doce, respeitoso, sentimental. Era meu amigo, com quem dividi toda a minha infância, toda a primeira metade da minha vida fomos nós 2. E o vazio de não ter com quem relembrar tanto que vivemos dentro da nossa casa, no nosso dia a dia, é gigante. Nossa família era tudo pra você, e nunca deixou de demonstrar isso como sendo seus protegidos, sua prioridade. Amava de uma forma genuína que lhe dava coragem. Onde muitos teriam desistido, você ficou pra ajudar e acolher. Você vivia me dizendo o quanto sentia orgulho de mim, pela maturidade que desenvolvi, pela independência que conquistei, sonhos que realizei, pelo que vinha construindo. mas deixa eu te dizer: orgulho eu sempre tive e tenho de você. De irmãozinho que causava na minha pra irmão parceiro e consciente. Pra sempre em mim nossa infância de banho na bacia nas férias, brincar de lavar carrinhos, brincar de correr atrás do Bob, fingir que o carrinho de supermercado do Makro era um barco e as setas no chão tubarões, quando você caiu da beliche e estourou o joelho e me contou que tava sonhando que era goleiro, quando fiz você ir no show da banda Cine comigo e subir no palco, quando você chorou ouvindo uma música de psy, quando você deixou eu rabiscar toda sua cara de caneta pra fingir que era catapora, quando ganhamos o primeiro Playstation e passávamos o dia jogando Tony Halk, 'Drive', 'Aladdin' e 'Teken3', quando a gente ia com a mãe todo dia buscar o pai no trabalho e ouvíamos 'Top10 da Mix', que sempre tocava Linkin Park, quando te levei pro carnaval na Vila Madalena e você sumiu e de repente reapareceu com metade da praça Benedito Calixto te jogando pra cima e gritando 'mãe, compra brócolis', quando você me abraçou porque eu chorava demais assistindo a 'O Cão e a Raposa', ou quando o pai levou a gente pra ver 'Star Wars 3' no cinema, viramos viciados. São tantas coisas, que daria um livro do tamanho de um Barsa. E eu imploro para que a vida nunca me tire essas memórias que sobraram. Te amo, bigão. Feliz 23 anos".

dia 9 de julho sempre foi dia de festa em casa. é seu dia, Rafa, e a gente aproveitava o feriado pra comemorar a sua vida e a do pai, com churrasco (com o melhor churrasqueiro) e bolo (da mais mão cheia). por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. uma dor tão absurda que chega a ser física. mas mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias. me permitindo levantar, sorrir, sonhar, e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. bons e justos. é nisso que tento me apegar. hoje dói porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez, nosso bom dia diário com sessão de baba pela Mariá. faz um mês dos dias mais escuros que vivi, e que ainda parecem mentira. 1 mês não se compara há uma vida de saudades e superação que vamos viver. . Rafa, nosso canceriano mais canceriano de todos. você tinha um coração tão bom. era doce, respeitoso, sentimental. era meu amigo, com quem dividi toda a minha infância, toda a primeira metade da minha vida fomos nós 2. e o vazio de não ter com quem relembrar tanto que vivemos dentro da nossa casa, no nosso dia-a-dia, é gigante. nossa família era tudo pra você, e nunca deixou de demonstrar isso como sendo seus protegidos, sua prioridade. amava de uma forma genuína que lhe dava coragem. onde muitos teriam desistido, você ficou pra ajudar e acolher. você vivia me dizendo o quanto sentia orgulho de mim, pela maturidade que desenvolvi, pela independência que conquistei, sonhos que realizei, pelo que vinha construindo. mas deixa eu te dizer: orgulho eu sempre tive e tenho de você. de irmãozinho que causava na minha pra irmão parceiro e consciente. pra sempre em mim nossa infância de banho na bacia nas férias, brincar de lavar carrinhos, brincar de correr atrás do bob, fingir que o carrinho de supermercado do makro era um barco e as setas no chão tubarões, quando você caiu da beliche e estourou o joelho e me contou que tava sonhando que era goleiro, quando fiz você ir no show da banda Cine comigo e subir no palco, (continua \/)

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