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Em crise, Gazeta demite jornalistas e grava em varanda para economizar

A repórter Paula Brazão, demitida da Gazeta - Reprodução/TV Gazeta
A repórter Paula Brazão, demitida da Gazeta Imagem: Reprodução/TV Gazeta

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

09/08/2019 18h28

A situação calamitosa do jornalismo da Gazeta, que demitiu 80% da equipe em novembro, piorou hoje. Quatro profissionais foram dispensados, entre eles uma repórter e uma produtora de entrevistas. O departamento agora sobrevive com apenas 14 profissionais para cumprir a legislação.

Procurada pelo UOL, a Gazeta confirma as dispensas. "Quatro profissionais foram desligados como parte do processo de reestruturação que vem acontecendo no setor", informou a emissora.

Entre os demitidos, estão as jornalistas Paula Brazão, que entrou como editora e passou para a reportagem, e Caroline Machado, produtora do quadro de Denise Campos de Toledo, comentarista de economia que desde abril conduzia entrevistas no lugar da experiente Maria Lydia Flandoli.

O UOL apurou que o ambiente de trabalho está insustentável com a baixa quantidade de jornalistas para botar no ar um telejornal de uma hora. Uma produtora pediu para ser demitida, mas a emissora recusou a proposta e avisou que ela deveria sair por conta própria, para não arcar com encargos trabalhistas.

Em novembro, além de demitir 71 profissionais, a Gazeta ainda extinguiu um boletim de notícias e o noticioso Jornal da Gazeta - Edição das 10.

Em controle absoluto de gastos, o departamento se vira como pode para produzir um telejornal minimamente digno, apelando até para a varanda do próprio edifício como local para gravar passagens (no jargão jornalístico, é como se chama o momento em que o repórter aparece na TV).

Segundo o colunista Flávio Ricco, do UOL, o jornalismo da Gazeta foi avisado internamente sobre novas demissões nesta semana. A crise afetou até o principal apresentador da emissora, Ronnie Von, dispensado após 15 anos no comando do Todo Seu.