"Política de extermínio", diz Leandra Leal sobre mortes de jovens no Rio
Leandra Leal refletiu sobre as mortes recentes de jovens no Rio de Janeiro em operações policiais. A atriz disse que chorou ao ler notícias recentes sobre os casos.
"A gente está num momento muito difícil, falando da cidade que moro que é o Rio de Janeiro, é desesperador o que aconteceu agora na última semana. É desesperador ver as famílias perdendo seus filhos a troco de nada por uma política de segurança que é para exterminar, é endereçada, que não vai trazer segurança para ninguém. É uma política de extermínio do povo negro, periférico", contou ela ao UOL nos bastidores do Criança Esperança hoje nos estúdios Globo, no Rio.
Apesar de apresentar na próxima segunda-feira (19) um programa que fala sobre a esperança de crianças e jovens, Leandra admite que não é fácil encontrar uma luz próxima.
"É muito difícil você manter fé e esperança, mas eu tenho consciência do meu privilégio e acho que tenho que utilizar esse privilégio de alguma forma. Eu tenho voz, tenho como compartilhar. Eu chorei muito hoje já. Até postei falando dos meninos. É muito difícil ter esperança".
"Não vou sair do Brasil"
Apesar de toda crise e insegurança, Leandra não pretende deixar o Brasil em busca de qualidade de vida.
"Não vou sair do Brasil, esse é o meu país. Não sei atuar em outra língua. Meu trabalho é muito ligado ao meu país. Não vou criar a relação que tenho com a cultura do Brasil em outro país, vai ser muito difícil. Vou ficar aqui, mas, estamos buscando brechas".
Defensora das causas LGBTI, a atriz falou que essa parcela da população nunca teve uma política voltada para ela e nenhum governo.
"A gente nunca teve uma política pública para o LGBT, não teve nenhum presidente que apoiou o meio ambiente corretamente. A verdade tem que ser dita. A gente tem vários desmontes agora. Mas sobre LGBT e meio ambiente nunca teve. Agora só o discurso de ódio que foi liberado, mas política pública a gente não tinha".
Dona do teatro Rival, espaço tradicional no Rio, fundado em 1934, Leandra comentou com tem tentado driblar o desmonte da cultura.
"A gente está num momento muito complicado. Existe uma desumanização do artista, de quem investe em cultura, uma crise no estado do Rio de Janeiro. Aqui é pior, está mais acentuado. As pessoas também têm mais medo de sair de casa, toda uma crise econômica e de segurança. Mas o Rival tem 85 anos. Tudo que é eterno sentencia a semente da transformação. Ele vai se transformar e vai continuar".
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