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Paulo Betti comenta acusação de ser racista: "Podia acabar com minha vida"

Os atores Paulo Betti e Milton Gonçalves - Montagem/UOL/Paulo Belote/Mauricio Fidalgo/TV Globo
Os atores Paulo Betti e Milton Gonçalves Imagem: Montagem/UOL/Paulo Belote/Mauricio Fidalgo/TV Globo

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

02/09/2019 23h43

Paulo Betti rebateu no TV Fama de hoje as acusações de Milton Gonçalves, de que seria racista. A confusão começou por conta da disputa pela diretoria do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED).

O ator estava na chapa que concorria com o colega e teria publicado a seguinte mensagem em um grupo de WhatsApp: "a atual diretoria do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra com Jorge Coutinho e o grande Milton Gonçalves, além do querido Cosme. Isso complica bastante a luta, pois pode confundir as coisas".

"Esse assunto é muito grave para ser usado durante o período eleitoral. Pegou mal porque é uma acusação muito forte. Eu fui acusado de ser racista, sendo que eu tenho uma história inteira ligada ao quilombo onde eu fui criado. Se eu não fosse vacinado e devoto do preto velho João de Camargo, uma acusação dessa podia acabar comigo", diz Betti.

"Uma acusação dessa acaba, foi uma mancha numa das coisas que mais me orgulho. Sou um dos artistas brancos brasileiros, já que Vinícius de Moraes morreu, mais identificado com os negros. Poucos têm essa identidade que eu tenho, que vem da minha origem", continua o intérprete de Miguel na novela Órfãos da Terra.

"Se o Milton, um homem de 80 e poucos anos, diz que eu sou racista, podia acabar com minha vida, minha carreira. É uma entidade, que tem uma história, um homem forte. Isso foi utilizado durante a disputa pelo sindicato. Mas deixa rolar, graças a Deus eu sou vacinado para essa questão", afirma Betti.