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Afastado do Zorra em momento delicado, Sherman ganhará homenagem no sábado

O diretor  e ator Maurício Sherman - Márcio Souza/Memória Globo
O diretor e ator Maurício Sherman Imagem: Márcio Souza/Memória Globo

Do UOL, em São Paulo

17/10/2019 13h20

Resumo da notícia

  • Ex-diretor da Globo, Maurício Sherman morreu nesta quinta, aos 88 anos, em sua casa no Rio
  • Ele receberá homenagem no Zorra deste sábado, programa no qual trabalhou por 15 anos na Globo
  • O humorístico deve destacar uma frase do diretor e ser dedicado a ele
  • Sherman foi retirado do comando do Zorra em um momento delicado, com audiência em queda e acusações de plágio

Maurício Sherman será homenageado no sábado (19) pelo Zorra, humorístico da Globo em que trabalhou de 1999 a 2014. O ex-diretor morreu na manhã de hoje, aos 88 anos, em sua casa, na zona sul do Rio de Janeiro. A atração, da qual ele foi diretor geral, deve dar destaque a uma frase de Sherman sobre humor e será dedicada a ele, reconhecendo a importância de seu trabalho nos programas da emissora.

Sherman foi um dos criadores do Fantástico e teve papel de destaque na produção de humor dentro da TV Globo. A decisão de afastá-lo do comando do Zorra Total, em 2014, caiu como uma bomba sobre o elenco do programa na época.

Uma reunião com os atores em um restaurante do Rio marcou a despedida e o início da reformulação do programa, que depois passou a se chamar apenas Zorra.

"Estou muito feliz com esse encontro. Foi um gesto muito simpático desses atores maravilhosos que, na verdade, são todos meus amigos. Esse carinho me emociona", desabafou Sherman, que, no entanto, decretou: "Não falo mais do 'Zorra Total'".

Elenco do Zorra Total com Sherman - Cleomir Tavares/Divulgacao - Cleomir Tavares/Divulgacao
Elenco do Zorra Total com Sherman
Imagem: Cleomir Tavares/Divulgacao

Sobre o seu futuro na Globo ele também não quis comentar. "Não sei. Está tudo bem", se limitou a dizer.

A homenagem do programa deste sábado ao ex-diretor é marcante, especialmente se for considerado o momento delicado em que ele saiu do comando da atração. Apesar de ter deixado o Zorra Total como uma das atrações mais rentáveis em termos de comercialização de anúncios, Sherman enfrentava a queda acentuada no Ibope e acusações de plágio. Houve duas: a primeira por Marcelo Médici, contratado da própria emissora, e a segunda por Maurício Manfrini, integrante da "A Praça É Nossa", do SBT.

Xuxa e o diretor Maurício Sherman - Reprodução - Reprodução
Xuxa e o diretor Maurício Sherman
Imagem: Reprodução
Xuxa, Fantástico e risadas

Sherman trabalhou em diversas emissoras, como Tupi, Bandeirantes e Manchete, e se destacou principalmente pelas passagens que teve na TV Globo, contribuindo na criação do Fantástico, ficando à frente do Domingão do Faustão e de programas de humor, como Faça Humor, Não Faça Guerra, Os Trapalhões e os de Chico Anysio.

Ele ficou conhecido também por lançar as apresentadoras Xuxa e Angélica, em sua época de Manchete.

Sherman nasceu em 21 de janeiro de 1931, em Niterói, no Rio de Janeiro, e entrou na Globo em 1965, onde também foi diretor executivo da Central Globo de Produção.

Formou-se em direito, mas já trabalhava com arte desde os 13 anos, atuando em peças amadoras no Clube da Colônia Judaica, em Niterói. Por causa desse trabalho, foi convidado a ser ator em rádio, onde trabalhou em diversas produções ao lado de figuras como Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.

Foi apenas em 1965 que ele começou seus trabalhos como diretor, agora na Globo. Em 1966, comandou os humorísticos Riso Sinal Aberto e Bairro Feliz, que tinham como roteiristas Max Nunes e Haroldo Barbosa, contratados pela Globo com o intermédio de Sherman.

O diretor teve idas e vindas à Rede Globo, passando pela Excelsior e Tupi. Voltou à emissora em 1972, mais uma vez no humor, no comando do Faça Humor, Não Faça Guerra, protagonizado por Jô Soares.

Alguns dos humorísticos mais importantes da TV Globo estiveram sobre o comando de Sherman, como Chico Anyisio Show (1981), Os Trapalhões (1981), e o Zorra Total, onde teve sua passagem mais marcante, estando à frente da atração de 1999 até 2014.

Em 1983, Sherman foi convidado a dirigir a programação da TV Manchete e convidou Xuxa Meneghel, então com 20 anos, para o Clube da Criança. Ele lançou a Rainha dos Baixinhos, intercalando programa de auditório, música e desenhos. Além disso, três anos depois colocou no ar Angélica no lugar de Xuxa, que estava a caminho da Globo, sendo responsável por descobrir mais uma estrela.

Em 1973, fez parte da equipe que criou o Fantástico. Além disso, ele também dirigiu diversos programas de auditório, como Noite de Gala (1966) e Moacyr Franco Show (1977).

Após ter trabalhado como supervisor do Vídeo Show, foi diretor do Domingão do Faustão.