Com livro e selinho, os 66 anos de Maria Zilda: "Mais liberal do que nunca"
Maria Zilda Bethlem comemorou os seus 66 anos como gosta: bebendo com familiares e amigos, na noite de ontem, no Paris 6 Ipanema, no Rio. Bem à vontade, a atriz aproveitou a data para lançar o seu livro de memórias Maria Zilda - A Caçadora de Amor.
Na publicação, ela revela histórias curiosas e casos amorosos, reforçando declaração dada ao UOL de que "comeu" todo mundo no Rio, São Paulo, Nova York e Paris. Entre uma taça de espumante e outra, a aniversariante distribuía autógrafos escritos de forma personalizada após ouvir com atenção cada um dos convidados.
"Espero que vocês se divirtam muito lendo, da mesma forma que me diverti vivendo tudo que escrevi", dizia ela aos convidados, que, além de receberem um exemplar da obra, ganharam um DVD de Minha Vida em Suas Mãos (2000), filme dela, com direção de José Antônio Garcia, o qual protagonizou com Caco Ciocler.
"Zildinha tem essa superstição de presentear os outros no seu aniversário ao invés de ser só presenteada", justificou um amigo de Maria Zilda sobre a distribuição do longa-metragem.
No entanto, o presente que mais alegrou a atriz foi a chegada dos filhos, Rodrigo Bethlem e Raphael Vieira, com as netas, Vitória, de 17 anos, e Catharina, de 3. A caçula chegou gritando vovó e se atirou no colo dela.
"Não posso nem me passar por jovem mais. Ela já chegando entregando que é minha neta", brincou Maria Zilda, que não vê problema algum em revelar a idade. "Faço questão de dizer quantos anos tenho. Tem colega por aí com 80 dizendo que tem 60 e poucos", ironiza.
"Minha mãe é isso aí. Uma mistura de vitalidade, alegria de viver e sinceridade", define Rodrigo Bethlem, pai de Vitória e Catharina. Bethlem é ex-deputado federal, ex-secretário na gestão de Eduardo Paes (DEM) e atualmente estrategista político do prefeito Marcelo Crivella (PRB).
Maria Zilda também é avó de Celina, de sete meses, filha de Raphael. O rapaz segue os passos do pai, Roberto Talma, e se tornou diretor de TV e cinema.
"Minha mãe nunca foi uma pessoa de papas na língua. Ela tem esse humor ácido, debochado dela. Ela é uma mulher de personalidade muito forte", reforça Raphael.
Entre os colegas da televisão que a prestigiaram, estavam Claudia Mauro, que atuou com ela em Por Amor (1997), e Stepan Nercessian, amigo de longa data, com quem viajou durante três anos no fim dos anos 80 com o espetáculo Segundas Intenções.
"Você não comprou esse livro, né? Eu deixei um com seu nome lá para o entregar. Você faz parte dessa história", disparou a autora, antes de dar um selinho em Stepan, com quem ela julga ter "um roteiro intenso de convivência".
O ator recorda com alegria uma das lembranças ao lado de Maria Zilda. "Quando estou dormindo, ninguém pode me acordar, que assusto e saio dando chute e socos. Ela fez isso uma vez quando estávamos em turnê e ficou apavorada. Da segunda vez, Zilda me acordou cutucando com um cabo de vassoura na mão e nós morremos de rir", relembra ele, que revelou ter tomado alguns porres com a amiga.
Apesar de ser uma sexagenária, Maria Zilda diz continuar a mesma.
Não fiquei careta. Pelo contrário, estou cada vez mais liberal do que nunca. Vejo as coisas com mais clareza. Compreendo melhor as pessoas. Estou ficando mais feliz.
Maria Zilda, a atriz
Em seguida, a atriz pede à reportagem que a acompanhe até a área externa do estabelecimento para fumar um cigarro. Sua dermatologista a vê com o maço na mão e dispara: "Isso estraga a pele. Já te falei, mas você não me ouve".
Sem dar muita importância para o conselho da médica, ela acende o cigarro. "Estava doida para dar um trago", justifica Maria Zilda, que já foi acusada por Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, de fornecer cocaína ao cantor, na fase terminal de sua doença. O músico morreu em 1990 em decorrência da Aids.
"Não quero aqui acusar essa senhora, mas ela conseguiu atrapalhar muito a minha vida profissional e pessoal, já que na época preferi me isolar para evitar pessoas que viessem comentar o fato comigo. Então, aproveito agora para repetir: minha relação com Cazuza foi uma relação de irmandade", enfatiza ela no livro.
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