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Giovanna Ewbank: "Sei o que é ser mãe de crianças negras"

Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank com os filhos Titi e Bless - Reprodução/ Instagram
Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank com os filhos Titi e Bless Imagem: Reprodução/ Instagram

do UOL, em São Paulo

20/11/2019 14h36

A artiz e apresentadora Giovanna Ewbank falou sobre o que aprendeu a respeito do racismo após adotar dois filhos, Titi e Bless. "Eu não sei o que é sofrer o racismo na pele. Mas sei o que é ser mãe de crianças negras", disse ela.

No Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, a atriz compartilhou um vídeo sobre famílias trans-raciais. Ela, que é casada com o também ator Bruno Gagliasso, comentou que muitas coisas sobre as quais ela nunca pensava mostraram-se urgente a partir do momento em que ela adotou duas crianças negras.

"A chegada dos meus filhos balançou muitas percepções e trouxe novas questões sobre igualdade que são muito importantes e que jamais haviam sido provocadas em mim. Precisei ler muito, estudar, escutar novas pessoas, conversar com muita gente para compreender que estrutura terrível é essa que trata seres humanos como algo inferior devido unicamente à sua cor de pele", escreveu ela.

Gio diz que demorou para perceber o que hoje "é óbvio". "Coisas básicas do meu cotidiano 'não foram feitas' para os meus filhos. Coisas banais como publicidades, brinquedos, xampus e maquiagens simplesmente não contemplavam a existência da minha filha e, posteriormente, do meu filho. Foi aí que entendi a urgência e a necessidade de ir além, de ser sim antirracista, de buscar espelhos positivos para os meus filhos todos os dias! Eu não sei o que é sofrer o racismo na pele. Mas sei o que é ser mãe de crianças negras".

Esse vídeo fez passar um filme pela minha cabeça. A chegada dos meus filhos balançou muitas percepções e trouxe novas questões sobre igualdade que são muito importantes e que jamais haviam sido provocadas em mim. Precisei ler muito, estudar, escutar novas pessoas, conversar com muita gente para compreender que estrutura terrível é essa que trata seres humanos como algo inferior devido unicamente à sua cor de pele. Foi quando percebi o óbvio, que coisas básicas do meu cotidiano "não foram feitas" para os meus filhos. Coisas banais como publicidades, brinquedos, xampus e maquiagens simplesmente não contemplavam a existência da minha filha e, posteriormente, do meu filho. Foi aí que entendi a URGÊNCIA e a NECESSIDADE de ir além, de ser sim ANTIRRACISTA, de buscar espelhos positivos para os meus filhos TODOS OS DIAS! Eu não sei o que é sofrer o racismo na pele. Mas sei o que é ser mãe de crianças negras. E essa dor me atravessa de muitas formas. Dói muito. É violento, angustiante, gera revolta! E essa revolta me dá forças pra lutar... lutar contra uma estrutura secular e que já passou da hora de mudar! Chegou a hora da REVOLUÇÃO! Apesar de todo racismo, percebo que estamos evoluindo. Vejo, ainda que de forma tímida, nomes negros ocupando capas de revista, pensadoras negras publicando seus livros e um novo mercado que estimula a autoestima da população negra. E, a cada movimento desses, sinto que estamos no caminho certo. E por isso é TÃO IMPORTANTE que o branco reconheça seu PRIVILÉGIO! É tempo de abrir espaços e exaltar TODA FORÇA, BELEZA E HISTÓRIA DO POVO NEGRO! É um trabalho importante, é preciso se importar, aprender, MUDAR. Quero que todo dia a gente consiga pensar nessas questões, transformar todo dia no dia da consciência negra. É urgente. É necessário. É agora! ???#TodoDiaÉDiaDaConscienciaNegra

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Ela conta que lidar com tudo isso é muito "violento e angustiante" e "gera revolta". "E por isso é tão importante que o branco reconheça seu privilégio! É tempo de abrir espaços e exaltar toda força, beleza e história do povo negro! É um trabalho importante, é preciso se importar, aprender, mudar. Quero que todo dia a gente consiga pensar nessas questões, transformar todo dia no dia da consciência negra. É urgente. É necessário. É agora!".

Ewbank e Gagliasso adotaram Titi em maio de 2016, após uma viagem ao Malawi. Bless, de 4 anos, foi apresentado pelo casal este ano, após a conclusão da adoção e é do mesmo país da irmã.