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Luisa Mell rebate ataque sobre doações a ONG: "Irresponsável e mentiroso"

A apresentadora e ativista dos direitos dos animais participou nesta quinta-feira (21) do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan - Reprodução/YouTube
A apresentadora e ativista dos direitos dos animais participou nesta quinta-feira (21) do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL

21/11/2019 18h06

A apresentadora e ativista dos direitos dos animais Luisa Mell participou nesta quinta-feira (21) do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan. Além de falar sobre as ações em defesa dos bichos, ela se defendeu dos ataques feitos pelo biólogo famoso por aparições na TV, Richard Rasmussen. Há pouco mais de um mês, Rasmussen afirmou que o trabalho da ativista era um negócio que movimentava grandes quantias de dinheiro.

"Ele falou que minha ONG recebeu R$ 24 milhões da Visa. Uma mentira deslavada. Primeiro ele disse que eu pegava o dinheiro e alguém me defendeu. Aliás, agradeço por isso, senão eu passaria por ladra. [...] Em dois anos, recebemos um total de R$ 200 mil. Para uma ONG do tamanho da minha, isso não é nada. Isso é um plano para tentar acabar com as ONGs de proteção animal. Eu nunca recebi esse dinheiro, isso é mentira, ele já foi notificado pelos meus advogados e ele é um irresponsável e mentiroso", defendeu-se.

Luisa também falou sobre a condenação que recebeu da Justiça de São Paulo por ter retirado quatro cachorros de uma residência em outubro de 2016. Ela acha injusta a decisão que a obrigou a pagar R$ 60 mil de indenização para a tutora dos animais.

"Chamamos a Polícia porque o cachorro estava morrendo, sem tratamento, sem medicação para dor. A pessoa não ia mais na casa, ou ia de vez em quando para dar comida para o cachorro. A Polícia entrou e tirou o animal. Infelizmente a justiça tem dessas coisas. Foi a Polícia que entrou na casa e se você não pode confiar na Polícia, você tem uma sociedade bem problemática".

Criadores de animais e maus-tratos

O programa também contou com a presença do veterinário e criador de cães Dan Wroblewski, com quem Luisa apresentou diversos pontos de discordância sobre o trabalho de profissionais que lidam com reprodução e criação de cachorros.

A apresentadora acredita que, em muitos casos, há crueldade no trabalho de criadores, especialmente quando o objetivo é a procriação dos animais visando o lucro. "No capitalismo, você reduz os custos para lucrar. Quando você lida com vidas, essa coisa é um pouco mais complicada. [...] Imagine ter um cachorro a vida toda em uma gaiola para procriar. Sem brincadeiras, sem passeio. E eu comecei a denunciar isso", disse.

Já Wroblewski defendeu que a ação de criadores é válida e não resulta em maus-tratos quando realizada por profissionais sérios e responsáveis, mesmo que tenha o intuito de movimentar o mercado.

"As pessoas precisam ter informação para que saibam prover o bem-estar dos cães. Não é uma questão de 'raça versus sem raça', ou de 'adoção versus compra'. A questão é 'bem-estar versos maus-tratos'. O cachorro tem que ter um espaço correto, não pode estar estressado, ter doenças, enfim, há vários princípios básicos. Dono de cachorro também causa maus-tratos e todo mundo devia ir em criadores procurar um cachorro, não em um fundo de quintal [...] Não há bandidos e mocinhos aí. Tem criadores bons", explicou.

Ele também defendeu a criação de uma legislação que criminalize donos de animais maltratados ou que causem problemas: "Em outros países, o dono está ligado ao cachorro. Se o bicho morde alguém, o dono vai preso. Aqui, eles matam o cachorro. Tinha que prender o dono. Esse cara tem que pagar por isso. A gente não consegue ligar o cachorro ao dono dele. Tem excesso de cães, não tem fiscalização, esse dono não é responsável e os cães continuam sofrendo com maus-tratos", concluiu.