Camila Márdila celebra reencontro com Regina Casé e vê retrocesso no país
Resumo da notícia
- Camila Márdila, que fez a filha de Regina Casé no filme Que Horas Ela Volta?, estreia em novelas em Amor de Mãe
- No filme, a atriz deu vida à filha da empregada que consegue passar no vestibular, enquanto o filho da patroa, não
- A atriz compara as mudanças vividas pelo país desde então, e vê um "retrocesso" no acesso à educação
Camila Márdila fará sua estreia em novelas em Amor de Mãe, nova trama das 21h que estreia nesta segunda na Globo. Mas alguns espectadores vão reconhecer o resto da jovem atriz de outras obras. Em 2015, ela viveu Jéssica, filha da personagem de Regina Casé no premiado Que Horas Ela Volta?. No longa de Anna Muylaert, a filha da empregada consegue passar no vestibular e o filho da patroa, não.
Quase cinco anos depois, Camila comemora o reencontro com sua mãe na ficção, que também retorna às novelas após quase 18 anos, e vê muitas mudanças no momento político vivido na época de lançamento do filme e atual, sobretudo no acesso à educação.
"Quando a gente sente essa força querendo que pequenas conquistas regridam e fiquem estagnadas é quase um desejo de morte. Temos que resistir para não cair nesse buraco. As Jéssicas que já surgiram e marcam presença em todos os lugares mostram que não vai ser fácil fazer a gente se calar. Vamos seguir lutando", disse durante o lançamento da trama.
A atriz se preocupa com a fragilidade dos programas de auxílio no ingresso de pessoas de baixa renda à universidade e vê um retrocesso no governo do presidente Jair Bolsonaro. Em maio, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou de "desastre" e "tragédia" o Fies, programa de financiamento estudantil criado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e ampliado na gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Estamos vivendo isso e paro para analisar todos os dias. Fico muito absorvida por tudo que está acontecendo e certamente o campo da educação é uma coisa que me instiga muito. Temos dívidas da herança escravocrata", observa.
A atriz teve a oportunidade de estudar na UnB (Universidade de Brasília), que foi uma das primeiras a aderir ao sistema de cotas raciais em seu vestibular. Segundo ela, a medida causou uma grande transformação na faculdade e na rotina dos alunos.
"Vi o impacto que isso causa. É uma inclusão não só no sentido de pessoas que não entrariam normalmente na universidade entrarem, mas de retorno para crescimento do espaço. A pluralidade é um caminho para a expansão. Quando a coisa se repete e fica no mesmo tom, a gente não vê crescimento e não amplia os horizontes", acredita.
Amor de Mâe
Em sua primeira novela, Camila viverá a destemida Amanda, secretária do empresário Àlvaro (Irandhir Santos), numa empresa que causará grandes danos ao meio ambiente. Mesmo não estando no mesmo núcleo que Regina Casé, ela comemora a coincidência de as duas estarem novamente no mesmo projeto e aponta outras semelhanças entre novela e filme.
"Acho extremamente simbólico estarmos na mesma novela. Eu na minha primeira trama e ela voltando para as novelas. Dentro da história, tem muitos elementos que remetem ao enredo do filme, da filha que vai para a faculdade. Me emociona muito ver a perpetuação dessa história."
Esta não é a primeira vez que a artista dá vida um papel de Manuela Dias, Camila também atuou na série Justiça (2016), que alçou a autora a assinar sua primeira trama no horário nobre da Globo.
"Tinha um desejo muito grande de fazer novela. Você tem outro ritmo no dia a dia e outra relação com o público. É um outro tipo de alcance. É mais instantânea. Às vezes, você grava um filme e só depois de dois anos você vai entender o que aconteceu. Na novela, o retorno é imediato", compara.
"Espero que a novela de tanta repercussão quanto a série deu. A Amanda é uma jovem muito corajosa e com sede de justiça no mundo. Ela tem um olhar muito social sobre as coisas. Vamos ter muitos desdobramentos dessa personagem. Vai ter muita aventura", promete.
Ao ser questionada se ela enxerga semelhanças com a personagem, Camila pondera. ""A Amanda é bem mais corajosa do que eu e qualquer pessoa que conheço, anda de moto, mora em um trailer... Ela é uma heroína bem acima da média", adianta.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.