Premiados no Troféu Domingão adotam tom político: "Estamos sendo atacados"
A 24ª edição do 'Troféu Domingão - Melhores do Ano', realizado hoje (15) premiou artistas em diversas categorias. O tom político permeou os discursos de agradecimento de diversos premiados que acreditam que a cultura brasileira está sob ataque.
Vencedor da categoria Melhor ator de novela pelo vilão Jerônimo em Verão 90, Jesuíta Barbosa ressaltou a função da arte na formação de um povo.
"A gente está aqui celebrando. Acho que não só nós, artistas que estão aqui, mas todos os artistas do Brasil. Mas temos sido atacados todos os dias. E é importante lembrar a função da arte, o quanto é importante para a educação e informação de um povo", declarou.
Fabíula Nascimento, premiada na categoria de Melhor atriz coadjuvante, afirmou que a classe dos artistas está unida contra aqueles que são contra a arte.
"A rivalidade existe em qualquer profissão, não só na nossa. Mas a classe artística está cada vez mais unida. Faremos muita arte para quem quer que a gente não faça. Nós faremos muita arte pelo Brasil", disse.
Cláudia Raia, homenageada na categoria especial Personagem do Ano por seu papel de Lidiane, em Verão 90, acredita que deve haver uma mudança de rumo no tratamento à cultura.
"Acho que tem jeito a cultura, a educação. Acho que a cultura é a identidade de um país. E temos que prestar a atenção nisso porque estamos em um caminho que vamos nos perder. A juventude se sente ameaçada por não ver uma luz no fim do túnel. A gente tem que se juntar e fazer. Porque ninguém vai fazer por nós", Cláudia Raia
Também homenageado na categoria especial, Antonio Fagundes, que interpreta Alberto em Bom Sucesso, adotou um tom mais otimista. O veterano ator acredita que os artistas formam uma resistência e já mostraram isto em outros tempos.
"Já tentaram acabar com a cultura no Brasil, não conseguiram. Não vão conseguir. Nós somos resistentes e vamos sempre estar presentes nos corações das pessoas. O que me deixa otimista é esse povo", declarou.
Por fim, Tony Ramos, outro homenageado na categoria Personagem especial - por sua atuação como Olavo em O Sétimo Guardião, fez um discurso parecido com o de Fagundes.
"Nós somos históricos. Somos grandes e resistentes por toda uma vida. Já fiz teatro levando móveis e roupa de casa. Uma nação para ser chamada de nação precisa de cultura, saúde e educação", disse.
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