"Bira deixou uma história escrita", diz diretor do programa de Jô Soares
Paulo Pacheco
Do UOL, em São Paulo
22/12/2019 21h24
"Bira virou a página, mas deixou uma história escrita". Foi assim que Willem Van Weerelt, diretor dos programas de Jô Soares, definiu a morte do ex-baixista do Sexteto, que sofreu uma parada cardíaca decorrente de um AVC isquêmico na manhã de hoje.
"Tivemos uma convivência ótima no programa. Duas coisas dele são marcantes para mim: o bom humor, que é cativante, e a elegância. Prova é que hoje eu o vi deitado ali e o vi vestido com um terno branco, de verão, uma gravata bonita. Está simplesmente perfeito, como estaria no programa. Elogiei-o para a família, os filhos e a mulher", descreve Willem, que compareceu ao velório, ao UOL.
O diretor de Jô ressalta o carisma de Bira nos bastidores do programa: "Quando ele entrava no estúdio, era o mais aplaudido do Sexteto. Era carisma, ou você tem ou não tem. Era adorável". Entretanto, o músico baiano fechava a cara quando sentia frio.
"Nunca o vi de mau humor. Uma coisa que o incomodava: o frio do estúdio. Ele usava camiseta por baixo de camiseta por baixo de camiseta", recorda.
Cerimônia familiar
O corpo de Bira foi velado neste domingo, no Morumbi (zona oeste de São Paulo), sob os olhares tristes de amigos e familiares e sem a presença dos fãs que o conheceram nos programas de Jô Soares.
O velório começou por volta das 17h em uma funerária particular e bem estruturada, com café grátis e lanchonete à disposição. A família de Bira impediu emissoras de TV e fotógrafos dentro do local. Imagens do caixão também estavam proibidas.
Aos poucos, outras pessoas próximas de Bira e sua família chegaram ao velório, entravam na sala e saíam aos prantos após se despedirem do artista. Na primeira hora, pouco mais de 40 amigos e colegas apareceram no local.
A família de Bira decidiu não se pronunciar sobre a morte do músico. Entrevistas dentro da funerária foram proibidas, e David Reis foi escolhido como único porta-voz para falar com a imprensa.
Do Sexteto, grupo que embalou as entrevistas de Jô no SBT e na Globo, o trompetista Chico Oliveira foi o primeiro a comparecer ao velório. Derico, que toca saxofone, está no interior de São Paulo e deverá chegar à noite. Tomati, o guitarrista, mora em Miami (EUA), mas nesta semana voltou ao Brasil por questões de seu visto.