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OAB do Rio manifesta preocupação com desrespeito às mulheres no "BBB 20"

Petrix e Bianca durante festa - Reprodução/TV Globo
Petrix e Bianca durante festa Imagem: Reprodução/TV Globo

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

31/01/2020 18h36

A diretoria de mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), no Rio de Janeiro, se manifestou pela primeira criticando o tratamento dado às mulheres em "Big Brother Brasil 20". A informação foi antecipada pelo site de Veja e confirmada pela reportagem do UOL.

Na carta, assinada por Marisa Gaudio e Rebeca Servaes, a OAB não cita nenhum caso específico, mas diz estar preocupada com as mulheres que estão sendo "completamente coisificadas e ofendidas" durante o reality show.

"É extremamente preocupante que comportamentos como esses sejam veiculados em rede nacional de forma naturalizada. Eles refletem a violência com que as mulheres são tratadas diariamente em nosso País e podem acabar estimulando a perpetuação desse tipo de conduta pela sociedade, que a entende como positiva, já que está sendo praticada por homens que acabam se tornando 'ídolos'", diz trecho da carta, ao qual UOL teve acesso.

Leia a carta, na íntegra, abaixo

"A Diretoria de Mulheres da OABRJ e a Comissão OAB Mulher da Seccional do Rio de Janeiro vêm a público manifestar sua indignação a respeito do tratamento dado às mulheres pelos participantes homens do reality show Big Brother Brasil 20. Estão sendo veiculadas na TV e noticiadas nas redes sociais diversas cenas em que, não só as participantes mulheres são completamente coisificadas e ofendidas, como também sofrem contatos físicos que podem ser interpretados como de cunho sexual.

É extremamente preocupante que comportamentos como esses sejam veiculados em rede nacional de forma naturalizada. Eles refletem a violência com que as mulheres são tratadas diariamente em nosso País e podem acabar estimulando a perpetuação desse tipo de conduta pela sociedade, que a entende como positiva, já que está sendo praticada por homens que acabam se tornando 'ídolos'. Além disso, é no mínimo temeroso colocar sobre as vítimas a responsabilidade da sanção contra esses atos. Isso porque, comumente, por questões estruturais da sociedade, as vítimas não têm consciência da gravidade das situações que vivenciam e, muitas vezes, também optam por não penalizar seus agressores, dentre muitos motivos, pelo temor de a denúncia se voltar contra elas.

Tendo em vista a repercussão que o programa possui em todo o Brasil, é de suma importância ressaltar que comportamentos como esses não podem ser tolerados e normalizados. É necessário não só exaltar, mas agir em prol do respeito às mulheres, do fim da violência e de todo o tipo de discriminação por gênero.

A Diretoria de Mulheres e a Comissão OAB Mulher RJ reiteram o repúdio a qualquer ato de violência de gênero, permanecendo em sua missão de promover a conscientização sobre o assunto, além de ações para prevenção e enfrentamento dessa triste realidade.

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2020.
Marisa Gaudio
Diretora de Mulheres da OABRJ
Rebeca Servaes
Presidente da Comissão OAB Mulher"