Prior se diz vítima de golpe financeiro e pede R$ 140 mil na Justiça
O ex-participante do Big Brother Brasil 20, Felipe Prior, alegou na Justiça ter sofrido golpe em uma suposta prática de pirâmide financeira. O arquiteto diz que depositou R$ 100 mil na conta da empresa Fasttur Turismo e Câmbio. A transferência bancária teria ocorrido no ano passado. Prior pede indenização de R$ 140 mil por rescisão de contrato e dano moral.
O processo foi protocolado no Tribunal de São Paulo na semana passada, semanas após a eliminação de Prior no BBB.
Além da Fasttur Turismo, Prior acionou judicialmente as empresas Nova Consultoria e AVL Administração de Bens, que teriam envolvimento no suposto esquema ilícito.
Na Justiça, o jurídico de Prior afirma que os sócios da Fasttur haviam prometido rendimento de R$ 300 por dia útil mediante aplicação de R$ 100 mil. Os rendimentos seriam obtidos através de transações de dólares.
O ex-BBB teria feito duas transferências bancárias no fim do ano passado: a primeira de R$ 70 mil e a segunda de R$ 30 mil.
Os advogados do arquiteto comunicaram à Justiça que Prior se encontra em séria dificuldade financeira.
"A situação vivida pelo requerente [Felipe Prior], atualmente, é extremamente grave, decorrente de todo processo de dificuldade enfrentada ao depositar, sem saber, toda a economia de uma vida em um esquema de pirâmide, o qual foi vítima".
Rendimentos altos com operações em dólar
À Justiça, o jurídico do arquiteto informa que a Fasttur se apresentou como empresa conveniada ao Banco Central. A Fasttur seria a responsável por realizar operações de compra e venda de dólares diretamente do Banco Central.
A Fasttur é alvo de diversas ações judiciais, sendo ré em mais de 190 processos somente no Tribunal de Justiça de São Paulo.
No processo, Prior relata que a empresa Nova Consultoria intermediava as operações com a Fasttur. O Ministério Público Federal investiga a Fasttur.
Promessa de devolução do dinheiro
O jurídico de Felipe Prior relata que tanto a Fasttur quanto a Nova Consultoria haviam emitido notas oficiais, no início do ano, tranquilizando os investidores.
As duas empresas teriam relatado que a dificuldade de comunicação com os investidores ocorreu por "problemas no sistema", mas que os valores seriam devolvidos.
No entanto, o ex-BBB acusa as empresas de encerrarem operações no fim de janeiro sem arcar com os valores aplicados pelos clientes.
Na Justiça, os advogados de Prior solicitaram a desconsideração da personalidade jurídica das empresas para que os sócios, como pessoa física, sejam responsabilizados.
Justiça interrogou sócio de empresa
No ano passado, a Justiça abriu inquérito policial contra a Fasttur na 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo após denúncia de suposta prática ilícita.
Em seu depoimento, o sócio da Fasttur, Chrystiano Borges Barcellos, declarou que a atividade principal da empresa "é a venda de pacotes de turismo e que desconhece a operação descrita [suposta prática de pirâmide]". Ele afirmou que jamais emprestou dinheiro com o intuito de obter juros.
Em novembro do ano passado, a juíza federal Fabiana Alves Rodrigues indeferiu pedido de arquivamento feito pelo MPF e determinou que o caso fosse encaminhado para a Câmara de Revisão do Ministério Público Federal.
Em março deste ano, o juiz federal Sílvio Luís Ferreira da Rocha incluiu uma nova denúncia contra a Fasttur no inquérito policial.
O UOL tentou contato com os jurídicos de Felipe Prior e da Fasstur. A reportagem aguarda respectivos posicionamentos sobre o caso para atualização da nota.
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