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Após ignorar furos, Globo cita CNN Brasil e entrevista de Regina Duarte

Globo citou a CNN Brasil e entrevista de Regina Duarte - Reprodução/TV Globo
Globo citou a CNN Brasil e entrevista de Regina Duarte Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

09/05/2020 22h44

O "Jornal Nacional", da TV Globo, citou o nome da CNN Brasil e a polêmica entrevista concedida pela secretária especial da Cultura, Regina Duarte, ao canal de notícias na última quinta-feira (7).

O noticiário repercutia o manifesto elaborado por um grupo de 512 artistas em repúdio às declarações sobre a ditadura militar feitas pela secretária no governo de Bolsonaro.

"Eles [os artistas] se referem à entrevista que a secretária Regina Duarte deu na última quinta-feira à CNN Brasil. Nela, depois de confrontada sobre o apoio de Bolsonaro à ditadura militar, Regina Duarte cantou um trecho da música 'Pra Frente Brasil' e disse: 'Tortura sempre existiu'", afirmou a emissora líder de audiência.

No dia 21 de abril, o colunista do UOL Ricardo Feltrin já havia criticado a atitude da Globo e da GloboNews, que "esconderam" dois furos jornalísticos da CNN Brasil: a gravação da trama de Osmar Terra e Onyx Lorenzoni para derrubar Luiz Henrique Mandeta do Ministério da Saúde e o ataque de Bolsonaro a Rodrigo Maia.

"Para quê isso?", questionou o colunista.

Regina: "Sempre houve tortura"

Na conversa, que provocou o manifesto de artistas, Regina cantarolou a música "Pra frente Brasil", criada para inspirar a seleção na Copa do Mundo de 1970, mas também muito associada ao período da ditadura militar. (Assista ao vídeo abaixo)

"Não era bom quando a gente cantava isso?", perguntou ela, sorridente. Constrangido, o jornalista Daniel Adjuto tentou justificar: "É que foi um período muito difícil, tem muita história, muita gente morreu na ditadura. É essa a questão".

Em seguida, Regina minimiza o período. "Cara, desculpa, eu vou falar uma coisa. Assim, na humanidade não para de morrer. Se você fala em vida, do outro lado tem morte. E as pessoas ficam 'ó, ó, ó'. Por quê?", argumentou. "É porque houve tortura, secretária", interrompeu Adjuto.

"Bom, mas sempre houve tortura. Meu Deus do céu, Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas. Não desejo isso para ninguém. Sou leve, estou viva, estamos vivos, vamos ficar vivos", concluiu Regina.