Bruno Gagliasso, Daniela Mercury e outros famosos se manifestaram nas redes sociais sobre a morte do adolescente João Pedro Mattos , de 14 anos, no Rio de Janeiro.
O garoto morreu, ontem, durante uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. De acordo com a família e amigos, ele brincava no quintal da casa de um tio, quando policiais invadiram o imóvel e uma bala atingiu sua barriga.
Ao compartilhar um texto da filósofa Djamila Ribeiro, o ator escreveu: "Brasil, o país que continua matando seus filhos pretos e pobres. Que vergonha. Que revolta".
Brasil, o pai?s que continua matando seus filhos pretos e pobres. Que vergonha. Que revolta. . . . . @wilsonwitzel #Repost @djamilaribeiro1 djamilaribeiro1 Fiquem em casa, dizem. Pois Joa?o Pedro Mattos estava em casa, brincando com seus primos, quando seu corpo foi mutilado com as balas perdidas que so? encontram corpos negros. Domingo, estava assistindo a um telejornal, numa mate?ria em que falava sobre essa Operac?a?o que subia uma comunidade e matou va?rias pessoas no Complexo do Alema?o, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E? normalizado, na?o deve ser normal.Cenas do Caveira?o do Bope, vei?culo conhecido do Tropa de Elite, filme que ainda e? exibido semanalmente, apesar de glorificar tortura, corporac?a?o e ma?quina de guerra genocidas para depois a mate?ria cortar para uma pessoa da poli?cia, penso que o delegado, dizer que era para a populac?a?o ficar tranquila, pois na?o havia morrido nenhum "inocente". Historicamente ningue?m dessas comunidades e? ouvido em mate?rias como essa e, dessa vez, o formato se repetiu. Mais um discurso de supremacia branca produzido com sucesso na televisa?o, um discurso que produz mortes. Joa?o Pedro Mattos foi uma delas, juntando-se a Amarildo, Claudia, A?gatha e outras milho?es de pessoas. Alvejado, e sob o risco de atrapalhar a sinfonia assassina entre poli?cia, governo e mi?dia, seu corpo foi subitamente colocado em um helico?ptero, sem ningue?m de sua fami?lia, que ficou dezesseis horas sem saber seu paradeiro! 16 horas! Tempos depois, apo?s uma campanha na internet, descobriu que o corpo do menino estava no IML. O horror... o horror... Vale dizer, o governador do Rio de Janeiro foi eleito sob a promessa de uma poli?tica genocida, mais ainda da que ja? era praticada. Disse que sob seu comando a poli?cia ia mirar e "atirar na cabecinha". Enojante, tudo muito revoltante. Existe uma guerra contra a populac?a?o negra desse pai?s. Joa?o Pedro, presente!
A post shared by Bruno Gagliasso ?? (@brunogagliasso) on May 19, 2020 at 9:08am PDT
A cantora Daniela Mercury também comentou: "É inaceitável mais um assassinato de jovem preto no Brasil. João Pedro estava em casa, com a família, tinha 14 anos, e não! Não tinha envolvimento com criminosos. Foi assassinado detro de casa durante uma operação policial no Rio de Janeiro, na favela, onde estão as pessoas mais vulneráveis e mais sofridas com tudo o que está acontecendo. Quando haverá uma responsabilizacão exemplar? Quando as vidas dos pretos vão importar? 14 anos de idade. E se fosse seu filho?".
As atrizes Taís Araújo, Letícia Colin, Nathalia Dill e Alice Wegmann também compartilharam o texto de Djamila.
Que dor, Que dor... #Repost @djamilaribeiro1 ??? Fiquem em casa, dizem. Pois João Pedro Mattos estava em casa, brincando com seus primos, quando seu corpo foi mutilado com as balas perdidas que só encontram corpos negros. Estava assistindo a um telejornal outro dia, numa matéria em que falava sobre essa Operação que subia uma comunidade e matou várias pessoas no Complexo do Alemão, como se fosse a coisa mais normal do mundo. É normalizado, não deve ser normal.Cenas do Caveirão do Bope, veículo conhecido do Tropa de Elite, filme que ainda é exibido semanalmente, apesar de glorificar tortura, corporação e máquina de guerra genocidas para depois a matéria cortar para uma pessoa da polícia, penso que o delegado, dizer que era para a população ficar tranquila, pois não havia morrido nenhum "inocente". Historicamente ninguém dessas comunidades é ouvido em matérias como essa e, dessa vez, o formato se repetiu. Mais um discurso de supremacia branca produzido com sucesso na televisão, um discurso que produz mortes. João Pedro Mattos foi uma delas, juntando-se a Amarildo, Claudia, Ágatha e outras milhões de pessoas. Alvejado, e sob o risco de atrapalhar a sinfonia assassina entre polícia, governo e mídia, seu corpo foi subitamente colocado em um helicóptero, sem ninguém de sua família, que ficou dias sem saber seu paradeiro! Dias! Tempos depois, após uma campanha na internet, descobriu que o corpo do menino estava no IML. O horror... o horror... Vale dizer, o governador do Rio de Janeiro foi eleito sob a promessa de uma política genocida, mais ainda da que já era praticada. Disse que sob seu comando a polícia ia mirar e "atirar na cabecinha". Enojante, tudo muito revoltante. Existe uma guerra contra a população negra desse país. João Pedro, presente! . . Ps: prefiro não expor a foto do menino
A post shared by Leticia Colin (@leticiacolin) on May 19, 2020 at 7:53am PDT
Luciano Huck criticou "o massacre do futuro do Brasil: "Causa indignação esse extermínio de jovens pobres e negros nas comunidades país afora", escreveu.
Veja outras reações de famosos:
#repost @djamilaribeiro1 . . . Fiquem em casa, dizem. Pois João Pedro Mattos estava em casa, brincando com seus primos, quando seu corpo foi mutilado com as balas perdidas que só encontram corpos negros. Domingo, estava assistindo a um telejornal, numa matéria em que falava sobre essa Operação que subia uma comunidade e matou várias pessoas no Complexo do Alemão, como se fosse a coisa mais normal do mundo. É normalizado, não deve ser normal.Cenas do Caveirão do Bope, veículo conhecido do Tropa de Elite, filme que ainda é exibido semanalmente, apesar de glorificar tortura, corporação e máquina de guerra genocidas para depois a matéria cortar para uma pessoa da polícia, penso que o delegado, dizer que era para a população ficar tranquila, pois não havia morrido nenhum "inocente". Historicamente ninguém dessas comunidades é ouvido em matérias como essa e, dessa vez, o formato se repetiu. Mais um discurso de supremacia branca produzido com sucesso na televisão, um discurso que produz mortes. João Pedro Mattos foi uma delas, juntando-se a Amarildo, Claudia, Ágatha e outras milhões de pessoas. Alvejado, e sob o risco de atrapalhar a sinfonia assassina entre polícia, governo e mídia, seu corpo foi subitamente colocado em um helicóptero, sem ninguém de sua família, que ficou dezesseis horas sem saber seu paradeiro! 16 horas! Tempos depois, após uma campanha na internet, descobriu que o corpo do menino estava no IML. O horror... o horror... Vale dizer, o governador do Rio de Janeiro foi eleito sob a promessa de uma política genocida, mais ainda da que já era praticada. Disse que sob seu comando a polícia ia mirar e "atirar na cabecinha". Enojante, tudo muito revoltante. Existe uma guerra contra a população negra desse país. João Pedro, presente!
Uma publicação compartilhada por Paolla Oliveira (@paollaoliveirareal) em 19 de Mai, 2020 às 1:22 PDT
João Pedro estava fazendo tudo o que mandaram: tava isolado, em casa, com a família. Certinho. Direitinho. Assim como eu e, provavelmente, você. Assim como o meu filho, e provavelmente, o seu. Afinal, essas são mesmo as orientações de segurança contra o nosso inimigo em comum que atende pelo nome de Coronavírus. Acontece que há um outro inimigo, muito mais antigo, que só não nos é comum por um grande detalhe: pela desigualdade social que assola esse país. Desigualdade essa, que faz com que para mim, branca, loira, classe alta, o ato de ficar em casa seja realmente uma orientação de segurança. Mas ela também faz com que o mesmíssimo gesto, para João Pedro, Agatha, e tantos outros, seja apenas uma orientação. SEM segurança. Pior: sempre chega o dia em que a falta dela tira a vida deles. Isso é desesperador. É devastador. É desumano. E só vamos ver uma luz no fim do túnel quando encararmos a desigualdade, o racismo, e a violência exatamente como encaramos o Corona: como um mesmo inimigo de todos nós, independentemente da raça ou classe social. Porque ninguém, absolutamente ninguém ganha com uma vida interrompida aos 14 anos. Meu Deus do céu, meus mais sinceros sentimentos à família deste menino.
Uma publicação compartilhada por Fernanda Gentil (@gentilfernanda) em 19 de Mai, 2020 às 2:33 PDT
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