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Bonner diz que nome do filho foi usado em fraude no auxílio emergencial

O apresentador William Bonner diante do novo painel para notícias sobre a pandemia no JN - Reprodução
O apresentador William Bonner diante do novo painel para notícias sobre a pandemia no JN Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

21/05/2020 10h31

O jornalista William Bonner foi ao Twitter denunciar o uso dos dados de um de seus filhos em uma fraude envolvendo o auxílio emergencial de R$ 600 dado pelo governo federal a cidadãos em situação de risco por conta da pandemia do coronavírus.

Segundo o apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, ele foi procurado pelo jornal Meia Hora para repercutir o uso de dados do filho em um pedido de auxílio, quando se notou a fraude. O âncora afirma que o jornal resolveu não publicar a matéria, mas alertou para os repetidos ataques a seus filhos. Bonner é pai dos trigêmeos Vinícius, Laura e Beatriz, fruto do relacionamento que teve com Fátima Bernardes.

"Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente", postou Bonner. "Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria."

Bonner disse que o novo caso de tentativa de estelionato, dentre outros já vividos por ele e Vinícius, é mais grave por envolver dinheiro público. Seu filho não está no grupo de pessoas que poderia ser beneficiado, mas, de acordo com o âncora, seu CPF foi aprovado.

"Desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos R$ 600 da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um 'não'. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado", escreveu ele.

Bonner cita que a pessoa que requereu o auxílio deve ter feito abertura de uma nova conta na Caixa, o que não permite a ele e ao filho saberem se houve depósito e saque do dinheiro. Ele alerta que isso pode ter acontecido com outros brasileiros.

"Quantos entre esses [pedidos] realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos", afirmou Bonner.

O jornalista afirmou que já tomou medidas contra o ocorrido. "De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa", concluiu.

Bonner revela batalha antiga

O apresentador não postava mensagens no Twitter desde julho de 2019 e alertou, no começo de seus tuítes: "Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça". Ele conta, então, que fraudes envolvendo os filhos são algo com que lida há anos.

"Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras", tuitou o jornalista. Bonner diz que já abriu boletins de ocorrência e precisou se cercar de advogados para tratar dos problemas.

"A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático", desabafou. "Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela."