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Médica há 13 anos, repórter do Fantástico assume linha de frente na covid

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

23/05/2020 04h00

Karina Oliani é conhecida por suas aventuras radicais. Foi a mais jovem brasileira a chegar ao topo do Monte Everest há sete anos. Já participou de programas do SporTV e do Canal Off. Fez séries de reportagens para o Fantástico. E agora tem uma nova missão: encarar o coronavírus.

A missão até é nova, mas a profissão não. Karina é médica desde 2007 e, atualmente, preside o Instituto Dharma. Em meio a todas as suas aventuras na televisão, ela dava os plantões em hospitais no setor de emergência. Uma experiência que a ajudou a lidar com a rotina de ficar de máscara e paramentada o tempo todo.

"Trabalho na remoção de pacientes graves, para levar para UTI, para fazer hemodiálise. Minha missão é transferir com segurança, fazer chegar vivo", disse Karina, que tem trabalhado semanalmente no hospital de campanha no Anhembi.

"Isso sempre foi muito parecido com a minha carreira médica. Trabalho em pronto-socorro, sempre trabalhei com isso. Agora, o mundo está vivendo nessa situação de urgência, em que eu trabalho, dentro da sala em que as pessoas sempre se sentem assim. Não mudou muita coisa. Para a população que está enfrentando pandemia pela primeira vez, sim."

Mas a gente sempre lidou com esses sentimentos, de estar tudo por um triz

Karina mora sozinha, o que facilita um pouco a rotina ao chegar em casa sem risco de contágio a familiares. Mesmo assim, a médica e apresentadora tem todo um cuidado. Chegou em casa? Direto para o banho.

"Eu moro sozinha, não moro com meus pais, não tem idoso. Não tem problema. O que eu faço é o desparamento, faço paramentação lá dentro, com um protocolo de segurança rígido, em que você não pode nem ir ao banheiro sem desparamentar. Você vai ao banheiro e coloca uma nova roupa para entrar no hospital de campanha. Qualquer coisa que vai fazer fora, precisa tirar tudo", explica.

"A roupa que usei lá dentro, mesmo por baixo do macacão, coloco dentro do saco e vai direto para a máquina de lavar. Sempre trabalho com cabelo preso e touca. Trabalhar com cabelo solto em alta carga viral aumenta risco de contágio. Chego em casa e não encosto em nada, não sento. Primeira coisa: vou para o chuveiro e aquela roupa vai para a máquina. Aí coloca uma roupa nova."