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Maria Beltrão diz que fala de Eduardo Bolsonaro sobre 'ruptura' é grave

A jornalista Maria Beltrão, da Globonews - Reprodução/Globonews
A jornalista Maria Beltrão, da Globonews Imagem: Reprodução/Globonews

Do UOL, em São Paulo

28/05/2020 14h22

A jornalista Maria Beltrão, da Globonews, classificou como graves as declarações dadas ontem pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Numa live, o parlamentar criticou a atuação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que autorizou mandados de busca e apreensão contra aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ele afirmou que participa de reuniões em que se discute "quando" acontecerá "momento de ruptura" no Brasil.

"É preciso dizer que essa questão de ruptura e esse tipo de atitude 'vamos ver o que nós vamos fazer, não vamos deixar', repetida pelo presidente Bolsonaro e pelo filho dele, é contra a lei. Quando o ministro Alexandre de Moraes assina sua decisão para aquela operação, deixa claro o que já é claro, mas hoje em dia as autoridades parecem esquecer: a lei proíbe você disseminar conteúdo defendendo a quebra de ordem política e social. A lei proíbe você disseminar conteúdo que pregue de alguma maneira um risco à democracia", disse Maria.

"Quando o filho do presidente, um parlamentar, fala que não é mais questão de 'se', é questão de 'quando' chegar num momento de ruptura, é preciso dar a gravidade que essa declaração tem", continuou a jornalista.

Hoje, num pronunciamento na portaria do Palácio da Alvorada, o presidente subiu o tom e disse que a operação de ontem é inadmissível, e que tudo tem limite. Ele chegou a falar um palavrão para dizer que a situação vai acabar.

"As coisas têm limite. Ontem foi o último dia e peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar mais poderosas que outros que se coloquem no seu devido lugar, que respeitamos. E dizer mais: não podemos falar em democracia sem Judiciário independente, Legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra!", disse, em discurso transmitido pela CNN Brasil.