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Chris Ubach, que perdeu o pai para a covid-19, chama governo de 'assassino'

Atriz Christiana Ubach é conhecida por viver a personagem Chris na 17° temporada de Malhação (2009) - Reprodução/Instagram
Atriz Christiana Ubach é conhecida por viver a personagem Chris na 17° temporada de Malhação (2009) Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

16/06/2020 12h03

A atriz Christiana Ubach, conhecida por viver a personagem Chris na 17° temporada de Malhação (2009), publicou na manhã de hoje um texto em que critica a atuação do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. Em abril, Francisco Monteiro Peres, o pai da atriz, morreu em decorrência da covid-19.

"Eu não aceito o Brasil ser tão rico de riquezas e a gente não conseguir sobreviver a isso, porque temos um governo assassino, que nunca prezou pela vida nas suas eleições. No fundo, reina no coração dos brasileiros uma sensação de que 'o vírus venceu'. Escutei isso esses dias. 45.000 mortos", disse a atriz.

"Foi uma facada no meu coração eu, no momento sensível que me encontro, recente mãe, e com uma história tão íntima com o vírus", continuou a atriz, fazendo referência à morte do pai.

Para Ubach, o vírus "ganhou o Brasil pelo nosso egoísmo, porque não houve aqui união, porque não tínhamos um líder. Tínhamos e temos um homem que não consigo adjetivar de tão horripilante que é", disse, referindo-se à polarização política e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Essa Christiana e a sua nova cara de mãe tem tanta coisa nova nesse corpo, nessa cabeça. Nesse corpo que se espreme pra jorrar o leite que vaza das tetas a seis meses, e já se acostumou a isso. A cabeça que anda cheia tentando fazer todas as contas e cálculos pra dar conta da vida cotidiana que ainda existe por detrás de quase 900.000 contaminados. É tão mágico amamentar! E a cabeça quase explode de tanta conta, de tentar encaixar mil pensamentos que não fazem sentido. No fundo reina no coração dos brasileiros uma sensação de que "o vírus venceu". Escutei isso esses dias. 45.000 mortos. Foi uma facada no meu coração, eu no momento sensível que me encontro, recente mãe, e com uma história tão íntima com o vírus. Porque eu não aceito o Brasil ser tão rico de riquezas mesmo (desde o pau Brasil, a cana, o café, o ouro, petróleo...água, agua, água, água, floresta, mato, árvore, ar, ar, ar.... ) e a gente não conseguir sobreviver a isso, porque temos um governo assassino, que nunca presou pela vida, nas suas eleições, dando o tom do horror no trailer com as suas armas para todo lado. Morte, sempre se falou em morte nesse governo. E quem agora se surpreende finge que arma não mata. Porque o Brasil é desenvolvido pra matar, viver em guerra e é subdesenvolvido pra controlar um vírus invisível. Voltamos a ditadura, esconde os corpos, as identidades, os números, esconde... quem não sabia que iríamos voltar a ditadura? Sabíamos sim! Só não sabíamos como. Aqui está! O governo deixa o vírus solto pra que ele mesmo faça o trabalho sujo de tortura, falta de ar, dores de cabeça, náuseas e tosse! Ele não sujas as mãos, ele continua caminhando e cumprimentando, espalhando a ditadura invisível. Esse vírus ganhou o Brasil pelo nosso egoísmo. Pelo mundo algoritmo, dual, bipartido. Porque não houve aqui união, porque não tínhamos um líder. Tínhamos e temos um homem que não consigo adjetivar de tão horripilante que é. Essa Chris aí tá cheia de coisas novas, que vivem entre respeitar o luto de tantas famílias, de tantas perdas, e não se calar diante do genocídio que se instaurou nesse país. Não sei como atravessaremos essa pandemia. Mas quem está de olhos abertos igual não vai ficar.

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