Carolinie Figueiredo diz: "Foi pela TV que acessei minhas dores pessoais'
Há seis anos longe da TV, Carolinie Figueiredo contou as dificuldades que passou com o trabalho de atriz e a insatisfação com os papéis para os quais era convidada. Hoje, mais segura de si, ela pensar em voltar
"Comecei a questionar a minha carreira de atriz após o nascimento do meu segundo filho, Theo, de 6 anos", disse em entrevista para o jornal O Globo. Ela também é mãe de Bruna Luz, de 8.
A insatisfação ficou clara quando percebeu que sempre era convidada para personagens estereotipados.
"O corte da televisão sempre foi em cima do meu corpo, de uma maneira que me trazia desvalorização e dor. Eu não me sentia potente. Dar esse basta como atriz foi dar um basta na opressão desse corpo. Desde pequena sempre ouvi que era talentosa, mas precisava emagrecer. Depois, quando comecei o processo de empoderamento do meu corpo e da minha voz, percebi que estes papéis não estavam fazendo sentido. A meu ver, a televisão não desconstruiu essa estética feminina do corpo e da beleza perfeitos", afirmou.
Há anos, ela optou, inclusive, a não ter televisão em sua casa. "Foi pela televisão que acessei minhas dores pessoais. Meu currículo como atriz tem mais 'nãos' do que respostas positivas. Mas as negativas me fizeram entrar nessa caminhada espiritual, na busca pelo autoconhecimento... Foi um conjunto sincrônico da minha jornada. A atriz precisou sair de cena para que eu me conhecesse profundamente. Nas novelas e nas séries, o corpo da mulher ainda não é colocado como se fosse a imagem do real", pontuou.
Carolinie ficou conhecida ao interpretar Domingas em "Malhação", a partir de 2008. Hoje, o canal Viva reprisa essa temporada da novela teen. Mesmo com o passar dos anos, a intérprete ainda não consegue assistir ao antigo trabalho.
"Ainda não consigo ver porque reconheço que hoje em dia seria impossível falar da maneira que a gente falava do corpo de uma menina da maneira que se falava da Domingas. E digo isso sem culpar ninguém, porque éramos todos vítimas deste sistema que achava que a graça estava em chamar uma mulher de gorda, de 'gordinha' ou de 'balofa' ", relembrou.
Hoje, ela trabalha como terapeuta com o foco em fortalecer a autoestima e a espiritualidade de mulheres. Em uma fase mais segura e consciente de si, Carolinie não descarta a possibilidade de voltar a atuar. "Eu falava que tinha parado ou pausado, mas agora penso em retomar, com respeito a mim e ao meu corpo", contou.
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