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'Não vou ficar mendigando', diz Fafá de Belém sofre falta de patrocínio

"Eu não tenho 45 anos de história para ficar passando chapéu", afirmou Fafá de Belém - Reprodução/Metropoles
"Eu não tenho 45 anos de história para ficar passando chapéu", afirmou Fafá de Belém Imagem: Reprodução/Metropoles

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/07/2020 15h58Atualizada em 31/07/2020 16h07

Fafá de Belém completa 64 anos no próximo dia 9 de agosto. A cantora irá comemorar a data em grande estilo, com um show na cidade de Fátima, em Portugal, que leva o nome da santa que inspirou seu nome.Apesar do convite especial de uma produtora portuguesa, Fafá se diz incomodada com a falta de visibilidade de artistas idosos.

"Eu não tenho 45 anos de história para ficar passando chapéu. Não vou ficar mendigando patrocínio", afirmou a artista em entrevista ao jornal O Globo, comentando as dificuldades que teve para conseguir financiamento para suas lives no Instagram.

"Quase sempre, o pessoal de marketing das agências é muito jovem, com foco específico. E nós, artistas mais velhos, não fazemos parte desse universo. É como se não existíssemos", lamentou Fafá, que comemorou a chegada de ofertas de patrocínio após algumas semanas planejando pagar os shows em casa por conta própria, por meio de sua empresa de produção, a Kaiapó.

A cantora também afirmou que enxerga uma contradição entre os discursos publicitários das empresas e sua postura em relação às artistas mais velhas. "Fazemos parte dos invisíveis", afirmou.

"Em um momento em que a gente fala de empoderamento feminino, que a mulher pode ter qualquer idade, você vê que isso não está no departamento de marketing das empresas. É uma balela. É o marketing do departamento de marketing para se inserir no contexto. Na prática, não acontece", lamentou Fafá.

Ainda falando sobre sua relação com a idade, a cantora afirmou que nunca teve problemas de auto estima com o envelhecimento. Segundo ela, sua vida amorosa continua agitada.

"Nunca tive tempo de ter crise por estar ficando mais velha. Sempre estive trabalhando muito. Então na minha vida, bicho, nem quando eu era adolescente gostava de sair em grupo para o barzinho para dar mole. Mas eu sempre batalhei pelas minhas paixões. (...) Minha vida sempre foi muito solta. Namorados fixos, eu tive pouquíssimos. Mas nunca deixei de beijar muito. E a tia continua no jogo", brincou.

Ela ainda defendeu que as mulheres "podem tudo", mas afirmou que prefere fazer "seus próprios movimentos" após ser julgada por seus posicionamentos.

"Não dá para você se enquadrar porque 'agora eu não posso mais isso, tenho mais de 40 anos', isso é ridículo. Se respeitando, a gente pode tudo! Mas acho que a bandeira da liberdade aqui no Brasil é submetida a julgamento de pessoas que vão te permitir ou não entrar no rol dos livres e dos libertos. E eu não tenho paciência para isso", explicou Fafá.