Topo

Bruna Lombardi diz que elite brasileira é 'criminosa'

Bruna Lombardi defendeu que a elite brasileira é criminosa - Reprodução/Instagram
Bruna Lombardi defendeu que a elite brasileira é criminosa Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/08/2020 14h06

Bruna Lombardi refletiu sobre o cenário da covid-19 no Brasil e opinou que as elites brasileiras possuem um caráter criminoso. Em entrevista à IstoÉ, a atriz chamou atenção para a quantidade de pessoas trabalhando de forma voluntária durante a pandemia para ajudar a população e criticou a atuação de classes mais privilegiadas.

"Paralelamente aos voluntários que gastam o seu tempo, e até o seu dinheiro para servir, existem pessoas privilegiadas que neste momento de dificuldades usam de seus cargos públicos para roubar a merenda das crianças, e até mesmo recursos do auxílio emergencial", disse.

"Fazem isso com a certeza de que não serão punidos. O que você acha que precisa mudar? É uma elite criminosa. E o mais triste disso tudo é a impunidade, porque esse não é o exemplo que eu queria que o Brasil desse para os seus filhos. Agindo assim, é como se falássemos: sejam criminosos, porque criminosos se dão bem."

Apesar de enxergar o cenário com muitos problemas a serem enfrentados, Bruna Lombardi não perde o otimismo e disse acreditar que figuras como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acabam sendo "inevitáveis" no percurso da história.

"A nossa sociedade precisa tomar conta das suas mazelas enraizadas na sociedade há tempos, como o machismo e o racismo. Temos que ter um olhar maior no horizonte. Para onde estamos indo?", questionou.

"Qualquer sujeito dura uma fração de segundo no poder, se olharmos para o fluir do tempo. Às vezes nos distraímos olhando o presente e isso não é ruim. Só que a gente se perde e esquecemos de pensar no que estamos plantando para o futuro. Depende de cada um de nós."

A atriz também ressaltou que a sociedade voltou a discutir questões que se acreditava já estarem superadas. Entretanto, agora, existe uma reação diferente do que era há décadas.

"Estamos caminhando para uma grande conscientização, um grande despertar. E não tem mais volta. O problema é que o avanço da tecnologia está em um ritmo diferente do avanço humano e o grande perigo está em termos armas nucleares em mãos de seres tão primitivos."

A atriz ainda defendeu que é necessário criar uma "escala de valores" em que é imprescindível preservar o respeito à Constituição. "Vivemos em um país desigual, onde, para alguns, não existe a lei. Eles estão acima da lei. Eu vivo nessa indignação e imagino que todos vivamos", defendeu.