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Diagnosticada com epilepsia, Laura Neiva diz que 'doença é um tabu'

Laura Neiva e Maria - Reprodução/Instagram
Laura Neiva e Maria Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/11/2020 08h45

Diagnosticada com epilepsia aos 19, Laura Neiva, hoje aos 27, fala abertamente sobre a doença, que segundo ela ainda carrega um grande estigma. "Percebi que as pessoas têm dúvida sobre essa doença e que falta informação. Eu tenho acesso a médicos e isso me dá conhecimento", diz à Quem.

A atriz, casada com Chay Suede e mãe de Maria, de 10 meses, revela que acha "triste que as pessoas não conheçam a doença" de fato. "Posso me tratar e falar sobre a doença, mas acho muito triste que as pessoas não conheçam, não saibam o que fazer se, por acaso, entrarem em contato com alguém tendo uma crise, não sabem identificar qual a diferença entre ter uma convulsão e ser epilético. São coisas diferentes", explica.

"A quantidade de epiléticos é muito maior do que eu imaginava. A questão das mulheres acharem que não podem ter filhos por causa da epilepsia, é uma pena. A falta de informação sobre a doença mostra que precisamos falar mais sobre isso", reflete.

"De alguma forma, essa doença é um tabu. Desde sempre foi um tabu por causa das convulsões. As pessoas têm medo", diz Laura, que compartilha luta contra epilepsia em maio deste ano nas redes sociais.

"Eu tinha vergonha, achava impossível que meu corpo não desse conta de lidar com isso sozinho e que eu ia ficar dependente de um remédio", desabafou a atriz na época.

O que é a epilepsia?

A doença é como se fosse um curto-circuito do cérebro, segundo Saulo Nader, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein. "Imagina que você tem um liquidificador que entra em curto. Ele desliga e para de funcionar. Com o cérebro é a mesma coisa, se ele entra em curto, desliga e liga de novo."

"Felizmente, nosso órgão não queima como o eletrodoméstico", diz. Esse "curto" é a convulsão, que dura poucos minutos. Aos poucos, o cérebro reinicia suas funções. Para o diagnóstico correto, o especialista pede, além da descrição do ocorrido, exames de ressonância magnética e eletroencefalograma.